31.12.08
2 Days in Paris, de Julie Delpy, com Julie Delpy e Adam Goldberg (engraçado e sensível,um dos melhores da colheita recente)
Etiquetas: Cinema
30.12.08
pensamento do dia
you got to suffer
everything changes
you got no soul
Try to be good
Ignorant and happy
If you hit the blues
Eat jelly sweets
[Canção budista de Allen Ginsberg]
Etiquetas: Poesia
29.12.08
pensamentos do dia
De qualquer dos modos, sou cada vez mais um budista e pretendo estudar a fundo essa corrente de pensamento, visitando os países de crença budista e recebendo a benção dos monges, meditando e cantando com eles nos magníficos templos asiáticos.
Etiquetas: Budismo
PINK Floyd - Nobody Home (e assim termina a minha pequena homage ao álbum da minha vida, o poderoso poema musical The Wall)
Etiquetas: Música
28.12.08
27.12.08
26.12.08
25.12.08
Etiquetas: Jornalismo, Macau
24.12.08
Etiquetas: Macau
23.12.08
22.12.08
21.12.08
18.12.08
Artesanato urbano chega à cidade
AV Ateliê é o nome do primeiro espaço na cidade dedicado aos objectos de artesanato urbano e abre oficialmente ao público para a semana, após cerca de um mês em período de instalação. Localizado em frente à Igreja de São Lázaro, num dos pontos mais pitorescos de Macau, o pequeno espaço foi criado por três sócias. "Isto surgiu porque aqui não há nada do género. Podíamos sempre trabalhar em casa para um público mais reduzido de amigos, mas preferimos esta solução”, conta Virgínia
Como o nome indica, o local funcionará na lógica de ateliê, ou seja, como uma espécie de oficina onde as artesãs vão burilando os seus trabalhos e respondendo às encomendas que recebem. E que já vão sendo muitas, refere ao Hoje Macau a designer gráfica Alcina, outra das sócias: “Muito engraçado é que os chineses entram e adoram. Encomendam malas, gostam de colares, de pulseiras. Depois há coisas que não sabem para que servem. Por exemplo metem na cabeça os abafadores dos bules, julgam que são chapéus.”
A génese do AV Ateliê radica na afinidade de gostos entre Virgínia e Alcina. As duas amigas gostam de fazer trabalhos à mão, de tecidos, de objectos de decoração para casa e de acessórios de moda. Ambas mães, estavam habituadas a fazer roupa original para os filhos usarem em ocasiões especiais, como o carnaval e o dia das bruxas. Costumavam também andar por Macau à procura de tecidos e de objectos antigos. A certa altura decidiram começar criar novas peças com mais regularidade e participar numa feira de São João. Os objectos apresentados pela dupla geraram curiosidade e elogios. Esse sucesso levo ao passo seguinte, que foi a abertura do ateliê, após terem encontrado um espaço indicado.
As portas estarão abertas ao público, embora sem o horário rígido do comércio. Mas o ateliê começa cada vez mais a ganhar a configuração de uma loja, repleta de objectos únicos. Uma caixinha de surpresas, onde não faltam as mais variadas bonecas, pregadeiras, colares e t’shirts. E objectos menos usuais, como forras para cadeiras. Sempre com muita cor e muita mistura de influências e tecidos chineses, indianos e portugueses. Mesmo os abat-jours e o armário expostos foram alterados através de trabalho de pintura ou de tecedura.
Para o futuro, um dos objectivos do AV Ateliê é a realização de workshops no espaço de pintura, ilustração trabalhos manuais. As sócias pretendem ainda alargar a actividade para outros objectos de trabalho, como a personalização de mobiliário, a forragem e pintura de tecidos e os domínios mais gráficos, como fotografias e postais. Falta também fazer vingar por cá o conceito de artesanato urbano, tal como já acontece no velho continente. “Na Europa o conceito de artesanato urbano já existe. Há imensas feiras do género e lojas que aceitam pôr à venda produtos que as pessoas fazem em casa”, comenta Virgínia. “Em Macau acho que as pessoas não estão muito educadas para consumir este produto. Gostam, acham imensa graça à cor e às coisas, mas não compram logo. Mas também temos uma cliente chinesa que já disse aos amigos que só quer coisas daqui.”PB
AV Ateliê
Rua Nova de S. Lázaro Nr.39A Macau
Tlm. 668847017
Email: av.atelier@gmail.com
Etiquetas: Jornalismo, Macau
17.12.08
Etiquetas: Jornalismo
16.12.08
15.12.08
Sobre os portugueses no estrangeiro
Mas ponha-se um portista gelatinoso e bairrista e um lisboeta frequentador do Lux e da Cinemateca num mesmo resort turístico no estrangeiro e eles tornam-se instantaneamente amigos. Parece magia. No estrangeiro, os portugueses atraem-se como magnetos com o cio. Toda a gente quer dizer de onde veio, para onde vai e quais os efeitos da gastronomia local nas respectivas tripas. Em destinos tropicais “tudo incluído” o “Macaco” seria amigo do “Barbas”, o Vasco Pulido Valente leria a obra completa do Miguel Sousa Tavares enquanto lhe afagava a nuca e o capuchinho vermelho e o lobo mau abririam em parceria um lar de geriatria. Nos resorts os portugueses são todos comparsas, filhos do Rectângulo, descendentes directos do Henriques, o conquistador."(...)
[Excerto de uma crónica da talentosa Susana Ribeiro]
Timor: o estado da nação
Em nove anos de liberdade, Timor-Leste não conseguiu assegurar água, luz e esgotos para a sua pequena capital. Baucau, a segunda "cidade", é uma versão apenas ajardinada da favela que é Díli, graças à gestão autárquica (oficiosa) do bispado. O resto, nos "distritos", é um país de cordilheiras que vive o neolítico como quotidiano, longe do mínimo humano aceitável. Chega-se lá pelas estradas e picadas deixadas pelos "indonésios". Há estradas principais onde não entrou uma picareta desde 1999. O bem público e as necessidades do povo são ignorados há nove anos com um desprezo obsceno. O melhor exemplo é a companhia de electricidade: durante cinco anos, a central de Díli não teve manutenção de nenhum dos 14 geradores - todos oferecidos -, até que a última máquina de grande potência resfolegou. O Hospital Nacional Guido Valadares, onde se inaugura esta semana instalações rutilantes, não teve até hoje um ecógrafo decente nem ventiladores nos Cuidados Intensivos. Não há um TAC no país (embora custe o mesmo que dois dos novos carros dos deputados); a menina timorense com que Portugal se comove teve o tumor diagnosticado pelo acaso de um navio-hospital americano que lançou âncora em Díli. A taxa de mortalidade infantil é apenas superada a nível mundial pelo Afeganistão. A mortalidade pós-parto é assustadora. Entretanto, cada mulher timorense em idade fértil tem em média 7,6 filhos. Circulam entre diplomatas e humanitários os "transparentes" de um relatório do Banco Mundial que conclui que "a pobreza aumentou significativamente" entre 2001 e 2007 (um balanço arrasador do consulado Fretilin, porque o estudo usa indicadores até 2006). Cerca de metade dos timorenses vive com menos de 60 cêntimos de euro por dia e, desses, metade são crianças. Timor é um país rico atolado na indigência, onde os líderes se insultam por causa de orçamentos que ninguém tem sequer unhas para gastar."
(excerto de um testemunho do jornalista Pedro Rosa Mendes ao jornal Público)
Etiquetas: Crónica, Jornalismo
14.12.08
Fonte inesgotável de histórias sobre Macau
Rêgo fez questão de ser fotografado com a sua empregada, que o ajudou na pesquisa para o livro.
AUTÊNTICA fonte de histórias sobre Macau e sobre os macaenses, José de Carvalho e Rêgo (Filho) acabou de completar 80 anos (nasceu em Novembro de 1928) e continua a ter uma grande vontade de viver, embora esteja imobilizado em casa e padeça de uma doença cardiovascular. Procura encarar o dia a dia “sem pessimismo ou desalento”. Quer agora fixar os seus vastos conhecimentos e memorias. Para isso, passou a recorrer “ao trabalho intelectual como modo de vida”, autopropondo-se a tarefa de contar por escrito o que fizeram e como foram os macaenses que mais se distinguiram no último século.
Dedicou o recentemente publicado “Macau – Figuras de Relevo do Passado” ao pai, amigo íntimo de figuras como Camilo Pessanha e conhecimento pessoal de quase todos os biografados. O livro resulta da sua recolha de histórias e factos sobre diversas personalidades que, frisa “nunca foram condecoradas ou relembradas, quer pelo Governo português, quer por este Governo”.
Carvalho e Rêgo é oriundo de uma família com longínquas raízes macaenses. O seu tio-bisavô, Lourenço Pereira Marques, era proprietário do jardim da Gruta de Camões e do palacete onde hoje funciona a Fundação Oriente (que, segundo defende, tomou posse do imóvel ilegitimamente). O escritos estudou em Macau, terminou o liceu em Lisboa e frequentou o curso de língua inglesa na Universidade de Hong Kong. Formou-se como professor e entrou na carreira de oficial de Finanças em Macau. Foi depois para Angola no início da década de 1970. Exerceu como professor de Língua Inglesa em Cabinda e Luanda, onde permaneceu quase duas décadas até 1989. “Não tenho razão de queixa dos angolanos, pelo contrario: sempre me trataram com muita consideração, embora a minha ideologia fosse muito diferente da deles”, recorda. Uma doença levou-o a regressar à terra natal, onde se tornou cronista de várias revistas e jornais da RAEM e de Portugal, tais como “O Clarim”, a “Gazeta Macaense”, “O Dia” e o “Macau Hoje”.
Num quarto decorado com a bandeira monárquica de Portugal e fotos de figuras como Salazar, D. Duarte de Bragança e do Rei Juan Carlos de Espanha, Rêgo desfia história atrás de história sobre as pessoas que povoam o seu livro e as suas memórias. E é como se tivesse participado nas histórias que narra.
São figuras que ele quer recuperar do esquecimento colectivo, como Vargas Moniz, “o maior médico que apareceu em Macau, cirurgião de grande competência, que no tempo do conflito entre a China e o Japão tanto curou guerrilheiros chineses, como até militares japoneses.
Entre muitas outras figuras que rememora, realça o papel de Leopoldo Danilo Barreiros, “que é que deu a importância devida do crioulo macaense. Quando os japoneses invadiram Hong Kong, Barreiros fez tudo para a salvar as obras do historiador e linguista Charles Boxer, de quem era amigo. Como tinha as chaves da casa do inglês, radicado em Hong Kong, partiu de Macau para lá e, com a ajuda de amigos, trouxe em malas mais de duas toneladas de obras dele. “Esse foi, para mim, o grande feito dele”, comenta o autor de “Figuras de Relevo do Passado”. “Como é que ele poderia escrever a obra sobre o Wenceslau de Moraes se não fosse isso?”
Aliás, a época da 2ª Guerra Mundial é pródiga em histórias que oscilam entre o pícaro e o trágico: “Havia espiões de um lado e de outro. Sentimo-nos em perigo, porque os japoneses queriam entrar, mas a diplomacia portuguesa e o facto do Brasil ter milhares de nipónicos pesaram muito. Por isso eles não invadiram e respeitaram Portugal. Lembro-me de vermos os aviões japoneses a voar a caminho de Hong Kong e de vislumbrarmos fumo vindo desses lados e pensarmos “começou a guerra”.
Fotos: António Falcão, Bloom
Relativamente aos políticos de Macau, Rêgo mostra-se um observador atento e critico. Elogia especialmente o “republicaníssimo” Governador Rodrigo Rodrigues, assim como o Marquês de Ficalho e Eduardo Brazão. Encómios que se estendem ao actual cônsul Pedro Moitinho de Almeida, que considera ter feito “uma obra de grande mérito”.
O escritor octogenário julga que o Macau de hoje “perdeu tudo o que é português”. “E não foi por culpa dos chineses, mas nossa. A preservação do pouco que resta deve-se mais aos chineses do que aos portugueses”. Na sua opinião, a transição podia ter sido feita de forma mais cuidada: “Hoje as repartições públicas estão uma desgraça, não há ninguém que saiba português, um português chega a Macau e parece que chega a um destino desconhecido. Podia-se ter feito mais em relação à língua portuguesa, à difusão dos produtos portugueses, à promoção turística e ao intercâmbio cultural. Vai-se à China e há vinho francês e de outras proveniências, mas não portugueses. Há falta de iniciativa.”
A falta de apoio à edição da obra por parte das instituições ligadas a Portugal gerou-lhe a amargura dos que se acham alvo de ingratidão. “Este livro foi publicado graças ao deputado Ao Kam San, que adiantou o dinheiro para se poder editar. Pedi auxílio à Casa de Portugal e à Fundação Oriente e só a Fundação Macau ajudou. Mesmo depois da publicação, nem um livro quiseram comprar. Acho que eles estão no seu direito para recusar compra ou ajuda, agora não devem ajudar uns e deixar de ajudar outros.”
Para além do livro que editou este ano, Carvalho e Rêgo publicou “Figuras Desportivas do Passado”, onde descreve a vida de desportistas que honraram o desporto de Macau e compilou os elementos que deram origem ao livro “Figuras d’outros tempos”, escrito pelo seu pai. Acha que “muitas pessoas que estiveram em Macau vão ler e gostar deste livro” e tem em preparação um novo livro com mais histórias de outras personalidades que marcaram esta terra.
Texto: PB, Hoje Macau de 12/12/08
Etiquetas: Jornalismo, Macau, Pessoas
12.12.08
11.12.08
10.12.08
Etiquetas: Cinema
Jim Morrison velho
ESPECIALISTAS usaram software para imaginar qual seria o aspecto do vocalista dos Doors na terceira idade. Se fosse vivo, Jim Morrison, dos Doors, teria completado 65 anos na passada segunda-feira. Na Escócia, uma equipa de especialistas da Universidade de St. Andrews decidiu aplicar ao mítico líder dos Doors um software usado para localizar pessoas desaparecidas há muitos anos. Os peritos pegaram numa imagem de Jim Morrison com 20 e poucos anos e tentaram adivinhar o que o envelhecimento da pele e do cabelo teriam feito pelo norte-americano.
Etiquetas: Música
9.12.08
BURN After Reading (2008), realizado pelos irmãos Coen, com Clooney, Pit e Frances McDormand
Etiquetas: Cinema
8.12.08
pensamento do dia
Cidadão do Mundo
QUE Macau prefere o designer de multimédia Miguel Khan: o da sua infância, ou aquele que acha tão mudado em pleno século XXI? “É difícil responder. Na infância Macau parecia um sítio com muito mais espaço, mas não oferecia tantas oportunidades como hoje. Acho que gosto dos dois, mas como saí e tenho informação lá de fora também posso gostar lá de fora”. Assim respondem os cidadãos do mundo, que se sentem em casa em muitos sítios e por diferentes motivos.
Nascido em Macau, Miguel ficou por cá até aos 16 anos. Em 1996 deu-se a sua primeira partida para Lisboa, onde acabou o liceu. Foi depois admitido no Instituto de Artes Visuais, Design e Marketing (IADE), onde iniciou os estudos na área do design gráfico. Nessa altura ainda não pensava em animações, mas depois entrou paralelamente no curso da Escola de Comunicação e Imagem (Etic), e foi aí que viria a aprofundar os seus conhecimentos informáticos. Percebeu que gostava de trabalhar para além das simples fotografias ou imagens e começou a mexer em animações e produtos interactivos, como DVDs. Foi através do curso da Etic que arranjou o seus primeiros trabalhos (num pequeno estúdio de design e depois numa multinacional), ainda em Lisboa, com o objectivo de ver as diferenças entre o mercado de trabalho e a escola. Não tardou muito para que começasse a pensar em alargar horizontes e partir para outras paragens.
Apesar de na altura não falar inglês, surgiu a ideia de ir para Inglaterra e partiu em 2002. “Quando lá cheguei, não tinha bem a ideia do que iria encontrar, embora, pelo que lia em livros e via na comunicação social, aquele fosse um meio que me interessava em termos de referências profissionais.”
Miguel encontrou em Londres um meio “mais acessível do que em Portugal, mais à base de coisas práticas” e ficou com um maior conhecimento dos meandros do design, não só graças à escola – onde completou o curso de “Moving Image Design” no Ravensbourne College - , mas talvez principalmente pela vivência na cosmopolita capital inglesa. “Em Londres anda-se a uma outra velocidade”, conta. “Conheci muitas pessoas que trabalhavam no regime de free-lance. Havia trabalho, mas a concorrência é tal que é difícil lá chegar.”
Na escola leccionavam vários professores que trabalhavam na British Broadcasting Corporation (BBC) e o estudo era muito baseado nas animações gráficas aplicadas à televisão. Uma aprendizagem que depois foi importante quando regressou de visita a Macau, em 2005, após ter estado três anos fora. O designer ouvia os amigos dizerem que o desenvolvimento da RAEM no período das suas andanças pelo estrangeiro “era uma coisa do outro mundo”. Os contrastes eram tais que, ao contemplar o enorme casino Sands, Miguel nem se apercebeu que estava a chegar a Macau. Depois olhou para a imponente silhueta do Grand Lisboa e constatou que o desenvolvimento económico e imobiliário de que os amigos lhe falavam era um facto inegável.
Nessa altura vinha rever a terra natal e não fazia planos de regressar da “enorme” Londres. Pensava que o design em termos de animações de vídeo não existia ainda aqui. Mas, mal pisou terra, reparou nos ecrãs gigantes dos casinos e decidiu investigar quem estava por detrás daqueles efeitos visuais. Soube casualmente que procuravam alguém para a animação multimédia do Sands e, mesmo “sem estar muito virado para isso”, foi a duas entrevistas para o lugar.
Assim se traçou o seu regresso. Ainda voltou a Londres, agora já um pouco dividido. Continuava a achar que a Inglaterra “era o sítio para se estar”, mas não conseguia arranjar por lá um trabalho fixo e já fazia planos de regresso a Macau, depois de lhe dizerem que tinha um emprego à espera dele no Sands.
Vindo em 2006 com a experiência acumulada de Portugal e da Inglaterra, assustou-se com uma certa desorganização que veio encontrar em Macau. “Mas é natural, porque aqui esta indústria está a dar os primeiros passos. Em termos criativos, em Londres eram muito mais exigentes do que o que se pede cá.” Começou por desenvolver as animações dos mega-ecrãs do Sands e hoje é também responsável pela gestão da equipa que foi criando (actualmente são sete pessoas) e tem o cargo de gestor de multimédia no departamento de marketing do Venetian/Sands.
No seu “day job”, Miguel Khan confessa que não pode explorar a criatividade a 100% . Tem com base os objectivos da empresa e faz um trabalho com uma forte componente técnica. Sobra-lhe a vontade para explorar espaços de maior liberdade criativa, que materializa na colaboração com os Dóçi Papiáçam e nas festas em que faz sessões vjaying (manipulação de imagens em consonância com a música). No grupo macaense de música e teatro ajuda na concepção dos sketches e na forma de os registar em filme. As festas com vjaying são ainda pouco comuns em Macau, onde “não há discotecas do género das que existem, por exemplo, em Hong Kong, embora haja público para elas e um espaço a preencher”. Recentemente participou num concurso de logótipos para o Museu da Ciência, tendo ganho um prémio honorário. Fez também uma incursão no cinema, trabalhando nos créditos finais do filme de Sérgio Perez, que está ainda por estrear.
Para quando puder usufruiu um pouco mais desse bem escasso que é o tempo, pensa em levar a cabo um projecto que “tem que ser feito” em Macau, porque “estamos numa terra em que há muito para contar pelos lados positivo, negativo e até neutro”. Gostaria também de dar aulas e workshops de animação gráfica, até porque hoje há um mercado em Macau para os jovens que querem enveredar por essa área. Mas o bichinho de voltar ao estrangeiro está sempre presente. “Agora já vi o que se passa cá, portanto é de novo uma boa altura de ver o que há lá fora que possa ser trazido para cá. Estes mega-casinos e resorts são empresas com muito dinheiro e podem tornar as coisas mais sofisticadas e criativas em termos de marketing. Com dinheiro e criatividade podem-se fazer muitas coisas nesta área”, remata.
Texto: PB, Hoje Macau, 4/12/08
DR. Mouse #4, Fanzine O Coiso e Tal
Etiquetas: BD, Fanzine O Coiso e Tal
7.12.08
4.12.08
O valor de cada mercadoria singular contém, pois, uma cota-parte cada vez mais exígua de trabalho humano - que é, no entanto, a única fonte da mais valia e, portanto, do lucro. O desenvolvimento da tecnologia diminui os lucros na sua totalidade. Contudo, durante um século e meio, o alargamento da produção de mercadorias, à escala mundial, foi capaz de compensar esta tendência para a diminuição do valor de cada mercadoria.
Desde os anos 70 do século passado, este mecanismo - que outra coisa não era senão uma fuga para a frente - está bloqueado. Pradoxalmente, os ganhos de produtividade permitidos pela microelectrónica fizeram o capitalismo entrar em crise. Eram necessários investimentos cada vez mais vultuosos para pôr a trabalhar os poucos operários que tinham sobrado segundo os padrões de produtividade do mercado mundial. A acumulação real do capital ameaçava estancar. É então que o 'capital fictício', como lhe chamou Marx, ganha livre curso. O abandono da convertibilidade do dólar em ouro, em 1971, retirou a última válvula de segurança, o último ancoradouro à acumulação real. O crédito mais não é do que uma antecipação dos lucros futuros esperados. Mas quando a produção de valor, logo de sobrevalia, estagna na economia real (o que não tem nada a ver com a estagnação na produção de coisas - mas o capitalismo gira à volta da produção de mais-valia e não de produtos enquanto valores de utilização), só a finança permite aos proprietários de capital realizarem os lucros que se tornaram impossíveis de obter na economia real. A escalada do neoliberalismo, a partir de 1980, não foi uma manobra suja dos capitalistas mais ávidos, um golpe de Estado preparado com a ajuda de políticos complacentes, como quer a 'esquerda radical'. Pelo contrário, o neoliberalismo foi a única forma de prolongar um pouco mais o sistema capitalista, cujos fundamentos ninguém, seriamente, queria pôr em causa, quer à direita, quer à esquerda. Graças ao crédito, um grande número de empresas e de indivíduos conseguiu manter durante muito tempo uma ilusão de prosperidade."
Anselm Jappe
Etiquetas: Economia
3.12.08
Etiquetas: Blogs, Fotografia
THE Animals; We´ve Gotta Get Out of This Place
Etiquetas: Música
2.12.08
Que raio de língua era aquela?
Miguel Senna Fernandes e o elemento mais veterano da banda dos dinossauros
A resposta à pergunta ontem aqui deixada é patuá. Escrevi uma reportagem sobre um grupo de música e teatro que cultiva este crioulo desenvolvido em Macau a partir do século XVI e que tem como principal raiz o português.
Etiquetas: Jornalismo, Macau
1.12.08
DR. Mouse, Fanzine O Coiso e Tal
Etiquetas: BD, Fanzine O Coiso e Tal
Que raio de língua é esta?*
Macau di janéla vérde
veneziána di tabique;
Macau di chám sobradado,
co enténa chucú parede
pa co-côi sobrado;
Saguám pa lavá rópa,
Teraço di chám di ladrilho.
lugar pa sugá rópa.
Macau di cadarám antigonostre
Cubrido co télia vemêlo,
Parede caiado,
Varánda empolado...
Únde têm vôs?
Macau di quintal co pôço,
Corda mará báldi,
Báldi elá água vêm riva.
Horta co árvre di frutázi
semeado aqui-ali;
Porta-trás pa sai lap-sap,
pa áma comprá som,
apô di cartá águ-fónti,
intr´s-sai di casa.
Únde têm vôs?
Macau antigo di gudám
co dispénsa pa guardá catá-cutí;
Quarto do quiada na lau-chai.
Quartinho di bánho na vánda-trás,
co bacia de lóiça pa lavá rosto,
balsa di pau pa lavá corpo...
Casa-casa antigo
di Macau tamêm antigo...
Seléa Macau, únde têm vôs?
*Veja a resposta amanhã.
Etiquetas: Macau
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