30.4.11

29.4.11

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28.4.11

Pensamento do dia

ACREDITO na insondabilidade do espírito.

27.4.11

PARTE da entrevista de Norman Mailer à Paris Review:

INTERVIEWER

Do you think America is a good place in which to practice the arts?

MAILER

When I was young it was marvelous for a writer. It’s the reason we have so many good writers in America—most of our literature had not yet been written. English novelists had all the major eighteenth- and nineteenth-century geniuses to deal with and go beyond. What did we have to go beyond? A few great writers, Melville and Hawthorne. The list is very short. For us, the field was wide open. Now we’re beleaguered. The movies were bad enough, though American novelists always felt a certain superiority to what was happening in Hollywood. You weren’t learning more about human nature from films, you were just being entertained—at some cost to your ability to learn a little more about why we’re here, which I think is one of the remaining huge questions.

Now people grow up with television, which has an element within it that is absolutely inimical to serious reading, and that is the commercial. Any time you’re interested in a narrative, you know it’s going to be interrupted every seven to ten minutes, which will shatter any concentration. Kids watch television and lose all interest in sustained narrative. As a novelist, I really feel I’m one of the elders of a dying craft. It once was an art, and now it’s down to being a craft and that craft is going to go. The answer to your question is this: America is no longer a good place to be a novelist, and once it was a wonderful place.

INTERVIEWER

Was there a time when the country looked to novelists for the truth?

MAILER

The important writers in my day, back in the early forties, were much more important to me than movie stars. Movie stars were oddities, curiosities. Actors could be dynamic, they could be attractive, but that wasn’t important, not in the scheme of things. Novelists were. I can’t speak for how people feel when they enter the priesthood, but that was the way I felt as a novelist—vocational. Nothing was more important to me.

(...)

INTERVIEWER

Flannery O’Connor once asked the question, “Who speaks for America today?” The answer she gave was the advertising agencies. Can you imagine a time again when the answer to that question will be the American novelist?

MAILER

No, not now. I’m gloomy. I wish I could be more positive about it. But the marketeers have taken over the country. There’s been a profound shift in the American ethic. We used to be a country that prided itself on the fine products we made. Not necessarily the greatest or most beautiful or most finely machined products, but we made a very good level of product that made economic sense. Now the country’s pride is marketing.

INTERVIEWER

F. Scott Fitzgerald knew that America was addicted to illusion. But is it now more true to say that America fully believes its own lies?

MAILER

When it comes to foreign affairs, we’ve been living lies ever since World War II. Now, maybe for the first five or ten years after World War II, Russia was an ideological threat because it did have great appeal to certain poor countries, no question. And then after that they hit their bad years. They’ve never been a huge threat to us. Yet for forty-plus years while the cold war was on, we kept Americans believing we were engaged in a struggle of ideology that had to be won. So there was an awful lot of bullshit slowly rolling down, like lava, over the American mind.

Most of the country believes in Jesus Christ. And they believe that compassion is the greatest virtue. But we only believe this on Sundays. And the other six days of the week, we’re an immensely competitive nation. We scramble like hell to make more money than our neighbor. Culture’s a word that most Americans don’t react to quickly. A European knows exactly what you mean by culture. They’ve got it there in their architecture. They’ve got it there in the curve of a street, and we have thoroughfares that go in a straight line because that’s the fastest way to get to market. So there’s a great guilt in American life, and this guilt is that we’re not good Christians. The Karl Rove concoction—stupidity plus patriotism—comes into play here. The basic propaganda machine of the parties, particularly the Republicans, is to enforce the notion that we are a noble, good country that wants only good for the rest of the world, and that we’re God’s blessing and that God wants us to succeed, that we’re God’s project. And under this exists, always, an ongoing sense of shame, an ongoing sense of guilt, the feeling that we’re not as good as we pretend to be.

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26.4.11

GUANTÁNAMO, a insidiosa prisão americana na ilha de Cuba, revelada pelos documentos do Wikileaks, num excelente trabalho jornalístico do El País:

Guantánamo creó un sistema policial y penal sin garantías en el que solo importaban dos cuestiones: cuánta información se obtendría de los presos, aunque fueran inocentes, y si podían ser peligrosos en el futuro. Ancianos con demencia senil, adolescentes, enfermos psiquiátricos graves y maestros de escuela o granjeros sin ningún vínculo con la yihad fueron conducidos al presidio y mezclados con verdaderos terroristas como los responsables del 11-S. EL PAÍS ha tenido acceso, junto con otros medios internacionales y a través de Wikileaks, a las fichas militares secretas de 759 de los 779 presos que han pasado por la prisión, de los cuales unos 170 siguen recluidos. Las tripas de la cárcel quedan recogidas en 4.759 folios firmados por los más altos mandos de la Fuerza Conjunta de la base y dirigidas al Comando Sur del Departamento de Defensa en Miami. La radiografía de una prisión creada por George W. Bush en 2002 al margen de las leyes nacionales e internacionales llega en un mal momento para el presidente, Barack Obama. Cerrar el penal fue su primera promesa tras asumir el cargo en enero de 2009. El anuncio, hace un mes, de que reanudaría los juicios en las comisiones militares fue el reconocimiento de su fracaso.

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25.4.11

PARA os seus feitores mais bem intencionados, o 25 de Abril era o ponto de partida para uma utopia que conduziria a um grande progresso social. Todas as utopias morrem (aliás, tudo morre, como dita o "princípio da realidade" definido por Freud). A República e a Democracia continuam a ser as melhores formas de governo. Mas têm que se renovar todos os dias, de outra forma seriam meros formalismos.

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24.4.11

O músico brasileiro Gilberto Gil estreou-se, na passada sexta-feira, nos palcos de Macau, ao protagonizar um concerto acompanhado pelo filho Bem Gil, guitarrista, e pelo violoncelista Jaques Morelenbaum. Gil, que foi ministro da Cultura do Brasil, entre 2003 e 2008, mostrou que é um verdadeiro mestre da música popular brasileira e um dos músicos de excepção de um país rico em músicos de grande calibre. É sempre um privilégio ver um artista assim, num concerto excelentíssimo.

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23.4.11

Homo Sinis


Homo Sinis, originally uploaded by BARBOSA BRIOSA.

UM blogue do El Pais, sobre "ideias irreverentes contra a pobreza". Check it out.

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22.4.11

Pensamento do dia

VAI disto e o gajo diz-me mais ou menos aquilo.

21.4.11

Francesco Alberoni

"AS eleições legislativas são a altura certa para perceber o que causa maior desconforto às pessoas comuns, para procurar a origem do mal-estar generalizado, para saber do sofrimento que não é chamado a debates televisivos ou tornado palavra de ordem em comícios políticos, mas é tema central das conversas privadas, das confidências a amigos próximos. E este ano sinto que paira no ar uma grande necessidade de moralidade, seriedade e respeito.

Nos últimos tempos, as pessoas sofreram três ataques violentos. O primeiro é a crise económica - com os consequentes empobrecimento da população, desemprego e incerteza quanto ao futuro. O segundo é ver o que fizeram os grandes banqueiros, os investidores financeiros mais relevantes e os seus amigos políticos e perceber que, em vez de serem punidos pelas suas responsabilidades na crise, são compensados com indemnizações de dezenas de milhões de dólares. Por último, o terceiro ataque ao povo é a luta interminável entre os expoentes máximos da política italiana que chega às nossas casas amplificada pelas televisões.

Esta luta ocorre no seio da elite do poder e da cultura, mas tem poucas relações com os problemas da vida quotidiana. Muitas pessoas não encontram orientação entre os optimates, os poderosos, que devem dar o exemplo na liderança, ser vistos como modelos e tranquilizar os demais, e percebem que estão sozinhas a enfrentar os problemas antigos e os novos. Falamos de questões históricas como a lentidão e falta de eficiência dos serviços da função pública, bem como dos novos problemas criados por empresas privadas que não se preocupam com dar a devida atenção ao cliente e apenas pensam nos lucros.

À opressão antiga da máfia, da ''ndrangheta e da camorra, juntaram-se a falta de educação, a indiferença, os condutores embriagados, as drogas, o ruído estridente dos locais de diversão nocturna. E pelo caminho foram-se deteriorando as relações humanas, os valores tradicionais foram desaparecendo ou sendo cada vez mais desprezados - a começar pelo respeito por quem tem a palavra. Há pessoas que pedem dinheiro emprestado e não pagam as suas dívidas, empresas que nos fazem trabalhar e não pagam os salários, pessoas e empresas que não pagam os bens que compraram. Noutros tempos teriam vergonha deste tipo de comportamentos - hoje não.

É de tudo isto que nasce o desejo generalizado de construir um mundo mais organizado, onde subsistam valores como a boa educação, a ajuda mútua, a bondade, a amizade, e onde as pessoas saiam em auxílio daqueles que estão a passar necessidades, daqueles que estão em perigo. E sentem necessidade de ter administradores, funcionários e magistrados que trabalhem realmente e tenham bom senso. Por último, as pessoas desejam políticos competentes que se dediquem a estudar os seus problemas e realmente se empenhem na sua resolução."

Autor: Francesco Alberoni, jornalista e sociólogo italiano

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20.4.11

18.4.11

Soneto sobre Macau

MACAU envelhecido nas fachadas;
rostos, aguarelas nos postigos;
luzes, sombras; contrastes muito antigos;
fios, gaiolas, roupas penduradas.
Becos, pátios, lúgubres escadas;
o mahjong e o chá para os amigos;
divindades, incensos e formigas,
em volta das comidas ofertadas.
Um recorte de igreja ou de pagode!
brisas das ventoinhas, velharias;
sons, odores; mistura de hino e ode!
Mas já o camartelo está à espreita!
O passado a morrer sem poesia
e o futuro sem alma satisfeita!

in “Amagao, Meu Amor” (sonetos) 1992
de António Correia, que chegou a Macau em 1980 e conta, nesta entrevista, como o território o envolveu num encantamento que já não pode ser o mesmo na RAEM dos dias de hoje.

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17.4.11

Pensamento do dia

NINGUÉM é de ninguém: as pessoas apoderam-se umas das outras.

15.4.11

INTERVIEWER

What is your concept of the possibility of love between a man and a woman?

HOUELLEBECQ

I’d say that the question whether love still exists plays the same role in my novels as the question of God’s existence in Dostoyevsky.

INTERVIEWER

Love may no longer exist?

HOUELLEBECQ

That’s the question of the moment.

INTERVIEWER

And what is causing its disappearance?

HOUELLEBECQ

The materialist idea that we are alone, we live alone and we die alone. That’s not very compatible with love.


Uma grande entrevista da Paris Review com o escritor Michel Houellebecq , a ver na íntegra aqui.

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12.4.11

Pensamento do dia

"O saber absoluto do filósofo é a percepção (...) perceber é tornar presente qualquer coisa com a ajuda do corpo."
Maurice Merleau-Ponty
É bem visto, não é?

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7.4.11

A "queda"

FALAM agora da queda de Portugal, mas trata-se apenas de mais um endividamento... Se não encontrarem as causas disto, não vão conseguir boas soluções. E de quem é a culpa? Quem vivesse em Portugal ao longo da última década aperceber-se-ia que estávamos a caminhar em terrenos lodosos. Os bancos promoveram irresponsavelmente o crédito (lembram-se daquelas campanhas insistentes na tv, "a casa onde vou ser feliz"), as pessoas, que são dotadas de uma imensa ignnorância económica, envididaram-se o mais que puderam e compraram todas as futilidades imagináveis. Pior do que isso, endividaram-se a longo prazo (e esse vai ser um dos grandes problemas), inflacionando o mercado imobiliário. O Estado também se endividou em "parcerias público-privadas" desastradas e mal negociadas, em obras sem utilidade (a maioria dos estádios do Euro, por exemplo, entre tantas outras). A qualidade dos políticos, de uma maneira geral, roça a dos demagogos. Depois há os partidos e os sindicatos obsoletos ("venha a nós!"), que prendem o país numa teia de interesses corporativos.
A sensação que tenho hoje a ler as notícias que chegam do meu país é a de que "acabou a brincadeira"... Tinha que acabar.

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DEPOIS deste filme, que o CJ já tinha recomendado, vi agora "Inside Job", também altamente recomendável. Se o primeiro mostra como o Governo dos EUA é permeável à influência dos lobistas, este exibe a outra face da moeda: a engenharia financeira que levou à crise mundial, com indivíduos sem escrúpulos e usufrutuários de uma riqueza obscena (chegam a ter vários jets privados) a apostarem as poupanças dos cidadãos comuns de forma totalmente irresponsável.



O filme fala também na famigeradas agências de notação financeira (deviam acabar com isso) e da forma como encobrem e aldrabam. Nem de propósito, li hoje isto no Público:
"As agências de notação financeira foram muito criticadas quando no final de 2008 se desencadeou a crise financeira, em relação à qual não fizeram soar os alarmes com antecedência. Os bancos que estiveram no epicentro dos problemas tinham bons ratings, como era o caso do banco de investimento norte-americano Lehman Brothers, que faliu. Também não foi antecipada a falência dos bancos islandeses."

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6.4.11

Pensamento do dia

"ESPERO que quando a inspiração chegar me encontre acordado."
Pablo Picasso

5.4.11

"O Bob não grita", diz um amigo meu

PEQUIM, 04 abr (Lusa) – Pela primeira vez em meio século de carreira, Bob Dylan atuará em Pequim na próxima quarta-feira, num dos mais aguardados concertos do género realizados nos últimos anos na China.

“Depois de um longa espera, os fãs chineses de Bob Dylan vão finalmente ver este músico lendário”, disse um jornal local.

A estreia de Bob Dylan na China ocorrerá no Ginásio dos Trabalhadores, um pavilhão com cerca de 12.000 lugares, na zona oriental de Pequim, inaugurado em 1961, o ano em que o músico norte-americano iniciou a sua carreira.

Simbolicamente, os bilhetes mais caros – e dos primeiros a esgotar – custam 1.961 yuan (210 euros) – mais 801 yuan (86 euros) do que o salário mínimo em Pequim.

Bob Dylan tocará também em Xangai, na sexta-feira, e depois no Vietname, outra estreia histórica para o veterano artista, que em maio completará 70 anos de idade.

Como é regra, os concertos foram previamente autorizados pelo ministério chinês da Cultura.

Um profissional da Rádio Pequim considerou o concerto de Bob Dylan “um grande acontecimento e um sinal de abertura da China”.

“Há anos que estamos a tentar organizar um concerto de Bob Dylan na China e, finalmente, conseguimos!”, disse o promotor chinês, Wei Ming.

A música rock ocidental só chegou à China em meados da década de 1980, depois do Partido Comunista Chinês ter adotado a política de “Reforma Económica e Abertura ao Exterior”.

“O rock chegou tarde à China e todo ao mesmo tempo”, disse à agência Lusa Dong Nan, tradutora de vários ensaios sobre a cultura rock anglo-saxónica, um dos quais centrado em Bob Dylan (“The Old, Weird América”, de Greil Marcus).

Dong Nan nasceu em 1977 e para os chineses da sua geração, Dylan, Michael Jackson, Janis Joplin e Madonna são todos contemporâneos.

Embora o rock já não seja considerado uma “música decadente”, os concertos com os grandes ícones do género ainda são raros.

Os Rolling Stones atuaram em Xangai em 2006, pela primeira e única vez, mas por exigência das autoridades, “Let’s Spend the Night Together”, “Brown Sugar” e três outras canções da banda foram riscadas do programa.

No passado dia 12 de março, também pela primeira vez, a banda norte-americana Eagles encheu o Wukesong Arena, um pavilhão com 18.000 lugares situado na zona ocidental de Pequim.

“Penso que a China está à procura de coisas da cultura americana que tenham um apelo universal”, escreveu um critico chinês acerca do sucesso obtido pelos Eagles.

AC.

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3.4.11

UM livro a ler sobre um dos países mais pobres do mundo: Cambodia's Curse: The Modern History of a Troubled Land
A generation after the Khmer Rouge, Cambodia shows every sign of having overcome its history--the streets of Phnom Penh are paved; skyscrapers dot the skyline. But under this façade lies a country still haunted by its years of terror.

Joel Brinkley won a Pulitzer Prize for his reporting in Cambodia on the fall of the Khmer Rouge regime that killed one quarter of the nation's population during its years in power. In 1992, the world came together to help pull the small nation out of the mire. Cambodia became a United Nations protectorate--the first and only time the UN tried something so ambitious. What did the new, democratically-elected government do with this unprecedented gift?

In 2008 and 2009, Brinkley returned to Cambodia to find out. He discovered a population in the grip of a venal government. He learned that one-third to one-half of Cambodians who lived through the Khmer Rouge era have P.T.S.D.--and its afflictions are being passed to the next generation. His extensive close-up reporting in Cambodia's Curse illuminates the country, its people, and the deep historical roots of its modern-day behavior.

Joel Brinkley, a professor of journalism at Stanford University, is a twenty-three-year veteran of the New York Times. He has worked in more than fifty nations and writes a nationally syndicated op-ed column on foreign policy. He won the Pulitzer Prize for International Reporting in 1980 and was twice a finalist for an investigative reporting Pulitzer in the following years. This is his fifth book.

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2.4.11

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1.4.11

Pensamento do dia

ROMA locuta est. Causa finita est
TAL como o Kumba Yala na Guiné, o Kadafi também produziu uma obra com os seus pensamentos. É um anedotário a que chamou Livro Verde, um pouco a fazer lembrar o Livro Vermelho do Mao. A jornalista Kate Adie conheceu Kadafi e a sua Líbia surrealista, que descreve neste excelente artigo: The Gaddafi I knew.

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Em Macau: Em Lisboa:
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