31.3.09



FOTO: António Falcão

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MÚSICO multifacetado – cantor, organista e compositor –, promotor de sete festivais anuais de blues e dono de uma editora de discos, Gary Erwin enuncia nesta entrevista as diferenças que vê entre os blues e o jazz. O músico, mais conhecido no meio como Shrimp City Slim, elege Macau como um dos seus pontos favoritos para tocar em todo o mundo e considera que a cidade tem paralelos com Nova Orleães, por serem ambas locais de cruzamento de culturas.
Texto e Fotos: P.B.





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29.3.09


THE Doors - The Soft Parade (Live)
This is the best part of the trip, this is the part I really like

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"O sentido da literatura, no meio dos muitos que tenha ou não tenha, é que ela mantém, purificadas das ameaças da confusão, as linhas de força que configuram a equação da consciência e do acto, com suas tensões e fracturas, suas ambivalências e ambiguidades, suas rudes trajectórias de choque e fuga. O autor é o criador de um símbolo heróico: a sua própria vida.

Mas, quando cria esse símbolo, está a elaborar um sistema sensível e sensibilizador, convicto e convincente, de sinais e apelos destinados a colocar o símbolo à altura de uma presença ainda mais viva que aquela matéria desordenada onde teve origem. O valor da escrita reside no facto de, em si mesma, tecer-se ela como símbolo, urdir ela própria a sua dignidade de símbolo. A escrita representa-se a si, e a sua razão está em que dá razão às inspirações reais que evoca.

E produz uma tensão muito mais fundamental do que a realidade. É nessa tensão real criada em escrita que a realidade se faz. O ofuscante poder da escrita é que ela possui uma capacidade de persuasão e violentação de que a coisa real se encontra subtraída.
O talento de saber tornar verdadeira a verdade."

Herberto Helder, in 'Photomaton & Vox'

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27.3.09

pensamento do dia

PÁRA o mundo que eu quero me apear.

ALABAMA song - David Bowie

26.3.09

DIÁLOGO verídico que ele acabou de inventar.
É incrível o cartaz que o Musicbox vai promover em Abril, sob a designação "Lisboa, Capital, República, Popular":

Quinta-feira, 16 de Abril
Sérgio Godinho + J.P. Simões + Couple Coffee
Sexta-feira, 17 de Abril
Janita Salomé + Sam the Kid + Cool Hipnoise
Sábado, 18 / 04
José Mário Branco + Camané + Dead Combo

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pensamento do dia

"PODEMOS escolher o que semear, mas somos obrigados a colher aquilo que plantamos"
Provérbio chinês

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25.3.09

A literatura portuguesa do século XX vista pelo Fernando Cabral Martins, grande figura e meu estimado professor.

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pensamento do dia

TUDO o que eu sou é um nome e nem disso tenho a certeza.

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24.3.09

pensamento do dia



OS casinos são máquinas de imprimir dinheiro.
Stanley Ho

23.3.09

Pouco para ver “fora do comércio”

"O modelo de cidade cosmopolita, aberta ao mundo (que terá os seus paradigmas em Londres, Paris e Nova Iorque) não se encontra na Índia. Mesmo em Bombaim, uma metrópole com mais do que 16 milhões de habitantes, a oferta cultural e de lazer é pouco variada, se exceptuarmos os filmes de Bollywood. Em termos de património arquitectónico, a Porta da Índia (um monumental arco construído junto ao mar, para marcar o ponto de entrada do Rei Jorge V no subcontinente) e o Hotel Taj Mahal (recentemente alvo de um atentado terrorista, o espaço foi mandado fazer por um indiano milionário, a quem foi recusada a entrada num hotel ocidental de cinco estrelas por ter uma tez escura) são os dois ex-libris locais, o que é muito pouco para uma cidade com tal dimensão.
F1000015
Nos fabulosos mercados populares, como Crawford, Bhuleshwar e Kalbadevi, a actividade comercial é frenética, mas percorrendo a cidade fica-se com a ideia de que há uma escassez gritante de espaços onde se possa passar o tempo agradavelmente e “fora do comércio”. Exceptuando as zonas de Colaba e do Forte, onde a herança colonial britânica é notória, dificilmente se encontram um jardim, um museu, um café acolhedor ou uma instituição cultural. Ao lado dos arranha-céus onde estão sedeadas as maiores empresas indianas, muitos sem abrigo, vindos das aldeias em busca de sorte, descansam a fome e os vários filhos pequenos no areal da praia de Chowpatty, numa mistura explosiva entre acumulação capitalista e a mais abjecta das pobrezas. Este cenário terceiro-mundista é completado pela maior extensão asiática de bairros de barracas, continuamente visível ao longo dos 30 quilómetros que separam o centro do aeroporto internacional, e talvez explique a pouca oferta cultural e de lazer. É que grande parte dos habitantes de Bombaim limita-se a tentar subsistir, não se podendo dar ao luxo de assistir a espectáculos pagos ou de frequentar espaços de lazer. Não podem pagar e, por isso, não são consumidores. Os abastados e os estrangeiros dispõem de restaurantes com decorações sofisticadas, hotéis luxuosos, bares com ar condicionado e outras mordomias inimagináveis para o indiano comum.
O pouco cosmopolitismo indiano não se nota apenas na falta de infra-estruturas culturais, mas também na forma como a sociedade está fechada sobre si própria. Apesar da secular presença inglesa (cuja principal herança é a popularidade do inglês, falado por milhões de indianos), não existe uma grande interacção com culturas estrangeiras. Na imprensa, os grandes eventos internacionais são abordados na medida dos interesses da Índia. O país é de tal forma gigantesco em termos geográficos e populacionais, que continua centrado nele mesmo."
Texto e foto:P.B.

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22.3.09


WHAT KEEPS MANKIND ALIVE?

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wingsuit base jumping from Ali on Vimeo.
INCRÍVEL! Homens pássaro na Noruega.

21.3.09

DANÇA comigo a primeira valsa da Primavera.

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pensamento do dia

O que é que há para viver que já não tenha sido vivido?

20.3.09

Dar o salto


A vinda para Macau de Catarina Bandeira começa por uma inscrição de última hora no Programa Contacto, após ter concluído o curso de Publicidade e Marketing na Escola Superior de Comunicação Social, em Lisboa. Alfacinha de gema, Catarina passou os verdes anos entre a casa paterna no centro da capital e os verões passados em Tróia ou no Algarve. Com os estudos universitários concluídos, a jovem “quis dar o salto e provar que não tem medo de se fazer à aventura”. E assim tentou a sorte no programa INOV Contacto, através do qual o Ministério da Economia apoia a formação de quadros qualificados em contexto internacional.
Para sua surpresa, a lisboeta soube que tinha sido seleccionada para uma das vagas no estrangeiro numa altura em que estava a estagiar numa empresa de “marketing” infantil. Tudo apontava que fosse colocada em Madrid, uma hipótese que não lhe agradava muito, devido à proximidade entre Lisboa e a capital espanhola. Era “ir embora sem efectivamente ir”, numa experiência que não implicaria o envolvimento numa cultura muito diferente. Mas os planos acabaram por não se concretizar e surgiu Macau, “de que nada sabia”, descreve Catarina. “Ainda tinha a ideia de que havia muita gente a falar português. Quando comecei a trabalhar, apercebi-me de uma coisa curiosa. Os meus amigos que estiveram no programa Erasmus fizeram amigos das mais variadas nacionalidades. Pensava que aqui seria semelhante, mas logo vi que não é assim. Os portugueses dão-se com os portugueses, os chineses dão-se com os chineses e não há muitas pessoas de outras nacionalidades. Fiquei conjecturar se isso não se deveria a resquícios de uma mentalidade colonialista. Depois entendi que o contacto é complicado, não só devido à barreira linguística, mas também pelas diferentes formas de ver o relacionamento interpessoal. É difícil uma pessoa comunicar e fazer a ponte com os chineses, o que já não acontece em Hong Kong, onde se vê toda a gente misturada.”


Barreira linguística que leva a episódios caricatos. Nos primeiros dias de estada, Catarina e uma amiga quiseram apanhar um táxi para casa, mas quando já estavam a entrar lembraram-se de que não sabiam explicar a morada. Catarina recorreu a um estratagema ardiloso: aproveitando o facto de os endereços estarem escritos em português e em chinês nas paragens de autocarro, desenhou os caracteres que correspondem à rua onde mora. “A minha amiga Inês ria-se muito e só dizia que o homem não ia perceber nada e nos ia mandar para Coloane. Mas o taxista entendeu e fomos parar a casa, o que foi um sucesso estrondoso”, graceja. “Há sempre maneira de dar a volta.”
É a primeira vez que Catarina Bandeira está a morar fora de Portugal e a primeira vez que está na Ásia. Situação que a leva a observar com particular pertinência certos aspectos desagradáveis – como o costume de cuspir para o chão, que leva à necessidade de haver anúncios na via pública contra essa prática – e também contrastes favoráveis para a civilização sínica. “Por exemplo, no Ocidente temos muito o culto do corpo, eles aqui têm o culto da saúde, o que é diferente. Novos e velhos fazem exercícios na rua, Tai-Chi nos jardins, o que é impensável em muitos países.”
A jovem está por seis meses a trabalhar nas instalações da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) localizadas no consulado português, dando apoio às empresas portuguesas que querem entrar no mercado chinesas e também para as asiáticas que pretendam actuar em Portugal. “Disponibilizamos informações sobre os mercados e facilitamos os contactos. Estou a gostar imenso do trabalho, porque interagimos com muitas empresas diferentes.”
A paixão mais recente de Catarina é o surf, que praticava na Costa da Caparica, próximo de Lisboa e sente falta de não poder surfar em Macau, onde “só há ‘swell’ [ondulação propícia] quatro ao cinco dias por ano”. Leituras e filmes são outros interesses que cultiva, mas que tem relegado para segundo plano desde que chegou à RAEM, onde aproveita a “localização privilegiada para ir a sítios, onde, de outra forma, dificilmente iria”. Das andanças asiáticas que já fez, a portuguesa destaca Xangai, “uma cidade que não para, onde há um arranha-céus numa esquina e na outra um bairro chinês, com pessoas a coser as calças na rua e com tascas de aspecto terrível, num contraste muito giro.”
Voltando para Portugal, Catarina parece saber o que quer do futuro, “pelo menos numa base quinquenal”, refere. Pretende evoluir para mestrado, concretizando eventualmente o sonho de estudar na Austrália. Depois de ganhar experiência numa empresa com dimensão, “para aprender como se fazem as coisas”, deseja abrir uma empresa de gestão de marcas, particularmente em comércio tradicional. “A maior parte das agências em Portugal trabalham com os grandes nomes, e gostava de criar marcas de comércio tradicional e cultivar essas marcas, ajudando negócios que estão a cair na falência a serem competitivos”, descreve a jovem. Outro projecto passa por fazer voluntariado em países carenciados de apoio, depois de em Portugal já ter ganho alguma experiência através da colaboração com o Banco Alimentar Contra a Fome e de outras acções de solidariedade social.
P.B.

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´É a primeira vez na minha vida que me vejo na contingência de escrever um epititáfio . Talvez seja um dos momentos mais dolorosos na profissão de jornalista. Ainda mais quando se trata de alguém que, em tempos, me foi próximo, como foi o João Mesquita. Conheci-o cedo, era eu adolescente, mas disso ele não se lembra. Lia-o nas páginas do Públio, encontrei-o depois no Fundão, em 1993, num encontro de jornaistas, promovido ainda era ele presidente do sindicato. Era também dele a assinatura da minha primeira carteira profissional. Mais tarde, em Coimbra, tornamo-nos, enfim, camaradas. Um dia, num par de semanas adolescentes em que me candidatei à Associação Académica, li a reportagem dele n'O Independente, e de mim não disse que era jornalista, era um amante do jornalismo. E aquilo ficou-me aqui! Mas não era um tipo a quem pudéssemos guardar rancor. Era tudo o contrário. "Só há uma pessoa a quem não dirijo a palavra", confidenciou-me uma vez. Era camarada, conselheiro, sempre disponível, a quem escutava e a quem recorri várias vezes, simplesmente pelo gosto da discussão, de beber copos, de amainar dúvidas, ou de estar com camaradas mais velhos. Coincidimos ainda em cumplicidades ideológicas e de amizades na então Política XXI. Ele era um jornalista da velha guarda e por isso, se calhar sobretudo por isso, eu o admirava - politizado, culto, insubmisso, polemista, critico, companheiro. Não se deixava domesticar. Como se compreende, estava sem jornal em Portugal, porque nas redacções hoje os lugares não estão para gente politizada, culta ou insubmissa. Talvez por isso, se calhar sobretudo por isso, eu serei cada vez mais o que ele disse de mim naquele dia: só um amante do jornalismo, nunca ainda um jornalista. Morreu ontem aos 51 anos, o João Mesquita. Toma lá um abraço pá, lá para onde fores, um abraço de Macau. Não sei dizer mais nada."

[Editorial de Carlos Picassinos, publicado no jornal Hoje Macau de 13-3-09]

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19.3.09

pensamento do dia

ACCELELERATED credit boom
colapsing demand all over the world
panic in the streets of Wall Street

hang the dj hang the dj hang the dj

18.3.09


TU Metes Nojo - Lição de Moral

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pensamento do dia

SE a minha avó tivesse rodas era um carro anfíbio.

16.3.09


JP Simões, Música Popular (do álbum Boato)

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jazz

NOITE após noite, nas caves fumarentas das cidades
o som foi-se aperfeiçoando
Os músicos improvisaram uma nova linguagem
para subverter o fascismo e a eficiência
Chama-se jazz
Jazz como jasmim
o perfume das putas de New Orleans

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15.3.09



ARGUMENTOS de Pacheco Pereira sobre o drama do desemprego. Cartoon do excelente Rodrigo sobre o mesmo assunto.

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pensamento do dia

HOJE não estou para pensar. Pensa este gajo por mim.

14.3.09

Bolos à medida da festa

ACABOU de abrir na Taipa a Little Miss Cupcake, uma pastelaria exclusivamente com serviço de take away, que explora um conceito inédito em Macau, mas muito popular nos Estados Unidos da América (EUA): os queques de todos os tipos e profusamente decorados. Tratam-se de pequenos bolos individuais, com a base envolvida por uma fina película de papel e cobertura de creme. Para Jelena Boskovic, que juntamente com Anabela Barros criou a loja decorada em tons cor de rosa, “estes pequenos bolos são muito práticos para festas, porque quando se tem um bolo grande é preciso cortá-lo e usar pratos, enquanto com estes queques cada convidado pode escolher o seu”. Jelena regressou a Macau há três anos, após ter vivido nos EUA, onde tomou conhecimento deste tipo de pastelarias: “Lá são casas que estão muito na moda, por serem pequenas, giras e personalizadas. Acaba por ser mais especial do que um bolo normal”, considera Jelena.


Os queques, que custam em média 12 patacas, são confeccionados numa padaria e depois decorados na Little Miss Cupcake. Há-os dos mais diversos sabores, com destaque para o chocolate e a baunilha. As variantes incluem queques gelados e os “lava cupcakes”, que são recheados com chocolate quente.A loja vende também bolachas, marshmallows, batidos de leite e cafés de todo o género. Estão disponíveis para venda ou aluguer alguns acessórios, tais como estruturas para acomodar os bolos, com diferentes cores e formas, que são uma forma engraçada de apresentar os bolos na mesa.
São aceites encomendas especiais para festas, que podem partir da sugestão dos clientes ou ser escolhidas no catálogo da casa. “Decoramos os bolos de forma especial conforme as encomendas”, confirma Jelena. “Por exemplo, se for uma festa de raparigas podemos decorar os bolos em tons de rosa e nesta época, em que se aproxima o dia de São Valentim, vamos fazer decorar os bolos com corações e outros motivos alusivos ao dia.”
Aberta todos os dias do meio-dia até às 22 horas, a loja atrai muitos estudantes que a visitam depois da escola. Os queques saem a maior velocidade ao fim da tarde, quando os residentes da zona regressam do trabalho. Depois de terem andado à procura de uma localização na zona do Leal Senado, as duas sócias abandonaram esse projecto por ser muito caro e estão satisfeitas com o espaço da Taipa, onde, conta Jelena, “há muitos residentes, por isso uma loja de take away faz sentido”.
P.B.

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13.3.09


SERGE Gainsbourg, Au armes et caetera

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12.3.09

Dois filmes em defesa dos Direitos Humanos



A longa metragem “Skin” e o documentário “Iron Ladies of Liberia”, realizados respectivamente pelo norte-americano Anthony Fabian e pela liberiana Siatta Scott Johnson, foram apresentados pelos autores na Universidade de Macau. Os filmes estão integrados no “Project: 20/20” do American Film Institute (AFI), que visa promover a “diplomacia cultural” – o AFI veio à RAEM com o patrocínio do consulado dos EUA em Hong Kong e Macau – através da divulgação de obras de várias proveniências, que tenham como ponto comum a defesa dos Direitos Humanos e da diversidade.

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BLUR - Caramel

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11.3.09


AS igrejas ao lado de bordéis comprovam que a fé pode perdoar o comportamento natural”
Auden, sobre Macau (observação feita nos anos 30, que ilustra uma instalação do poeta Yao Jing)

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FRANKIE
goes to hollywood Relax

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10.3.09

Visões de Macau (8)

Montra de loja na Rua do Campo

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extinguem-se lenta muito lentamente

quem saiba imaginar
e quem não haja sonhado
Há por aí “velhinhos” que, por não terem ousado
se agrupam à roda de mesas de jardim
e, jogando, matam o tempo que os dilacera
fogem das mulheres reumáticas, um copo de três pró caminho
e lerpam cada vaza a um tostão
(não dá p’ra mais a pensão)
Enchem-se de brio na denúncia dos batoteiros
“Assim não! Arreio jogo e não pago a despesa!”
não toleram quem não leve a sério a jogatina
“Mas p’ra que é que vai à espada?! P’ra que é que vai à espada?!”
ficam tristes quando chove
e têm que se recolher nos beirais
Extinguem-se lenta muito lentamente
À noite, com as copas na mão
regressam às neuróticas mães
aos chinelos e à televisão
jantam os restos do almoço
engolem os comprimidos prá tensão
talvez ainda se masturbem
e rezam para que amanhã nasça bonito

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9.3.09



O concerto da Mingus Big Band terminou em apoteose, com o público que encheu o Grande Auditório do Centro Cultural a aplaudir de pé o tema “Devil Woman”, enquanto o excêntrico Ku-umba Frank Lacy percorria as bancadas, cumprimentando os espectadores com palmadas nas mãos, à maneira de um basquetebolista. A banda de Nova Iorque mostrou em Macau por que motivo conta com seis nomeações para os Grammy e nove discos gravados, o último dos quais ao vivo num concerto em Tóquio, editado pela prestigiada Blue Note.

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SEMPRE bom recordar: Add it up, dos Violent Femmes, que vi ao vivo em Coimbra, num concerto memorável

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8.3.09

pensamento do dia

AS várias reencarnações das pessoas...

6.3.09

MAGNÍFICO Rostropovich no "Finale" do Concerto para violoncelo de Dvorak (Filarmónica de Berlim, dirigida por Karajan).

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5.3.09

"CONVÉM dizer, aliás, que o Carnaval à portuguesa, inspirado nos corsos brasileiros, está para o Carnaval brasileiro como a água-pé está para a caipirinha. É, seguramente, dos momentos em que mais apetece fugir daqui, de tal maneira a exibição do humor luso se torna ridícula, patética e deprimente. O Carnaval brasileiro, no Rio e não só, é um espectáculo cénico e visual exuberante, preparado durante um ano inteiro, reunindo as melhores escolas de samba, os melhores músicos, os melhores letristas e compositores, unidos num tema que tem sempre que ver com a história do Brasil ou com a História Universal (este ano, por exemplo, uma das escolas do Rio assinalava os 200 anos do nascimento de Darwin). Goste-se ou não, o Carnaval brasileiro é hoje reconhecido como uma manifestação cultural de massas única no mundo. O nosso, espalhado por várias terras de 'tradições carnavalescas', não tem nada que ver com isso: é um corso trapalhão e pindérico, 'abrilhantado' por tristes vedetas, histéricas de alegria contratual, e onde os temas são invariavelmente os mesmos: a piada política demagógica e a ordinarice rasca. Parece que isto traz muitos turistas às terras e anima o comércio local: ainda bem. Desejo-lhes longa vida, mas não me obriguem a confundir isto com humor ou liberdade criativa."

Miguel Sousa Tavares, in Expresso
EDITORIAL de António Lobo Antunes - Os jornais & eu

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4.3.09

CONTINUA o impasse no sítio de onde saí...

World Press Photo








A Time nunca quis publicar, na sua edição impressa, as imagens que Anthony Suau fez em Cleveland, Ohio, na ressaca da crise do subprime que obrigou a América a confrontar-se, mais de 70 anos depois, com os fantasmas da Grande Depressão dos anos 30. Eram imagens inverosímeis, até para ele: "Quando cheguei a Cleveland, fiquei em estado de choque. Não havia uma única rua na cidade que não tivesse uma casa selada. Parecia o day--after do furacão Katrina". A foto-reportagem esteve on-line no site da revista e hoje está em muitas primeiras páginas de todo o mundo, sem nunca ter sido capa da Time.



É o grande prémio da edição deste ano dos prémios de fotojornalismo World Press Photo, e é também o símbolo involuntário da recessão que o mundo (agora já não é só a América) atravessa: Suau, um fotógrafo freelancer, não teve nenhuma encomenda nos últimos dois meses, e admite ter de mudar de emprego, e vender a casa que comprou para a família, se a situação não melhorar.





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3.3.09


LET'S get fucked up, let's get some stuff
Tomorrow it will feel like we was hit by a truck
But let's get fucked up

Vinho, Jazz & requinte


O Macau Soul é definitivamente diferente e nunca visto na cidade. O conceito deste bar passa por uma selecção de vinhos de qualidade a preços acessíveis, servidos pelos donos com simpatia nas duas confortáveis salas. Tudo pautado com música em tons de Jazz.

Aberto há pouco menos de um ano no centro histórico da cidade, o bar Macau Soul é consequência de uma velha paixão David e Jacky Higgins por Macau. Os ingleses já visitam a cidade desde 1967, quando foram viver para Hong Kong pela primeira vez. “Acho Macau charmosa, tem as qualidades que se encontram em Hong Kong, mas é muito diferente. Consegue ser mais cosmopolita do que Hong Kong, pois há uma maior mistura de pessoas e estas estão mais integradas”, conta Jacky.
Em 1999, e com a reforma a aproximar-se, a editora de publicações institucionais e o professor de Imunologia na Universidade de Hong Kong decidiram comprar um apartamento na RAEM e começaram a viver parcialmente na cidade. “Macau tem um potencial turístico imenso, por ser um sítio especial”, comenta a britânica. “Mas sentíamos falta de um sítio agradável, onde nos pudéssemos sentar confortavelmente a beber um copo de vinho. A partir dessa constatação surgiu a ideia de tentarmos criar esse sítio. Já tínhamos alguns móveis antigos, bem como pinturas e fotografias. Pensámos que seria interessante usar isso no espaço e a ideia foi-se desenvolvendo.”
O conceito passava por “recriar algum do velho ambiente de Macau: confortável, elegante, relaxado e barato”, continua Jacky. Para isso era essencial encontrar um espaço no centro da cidade, que David descobriu bem junto às ruínas de S. Paulo. Tratava-se de um local amplo e degradado, onde havia funcionado um antiquário, que compraram, por coincidência, no dia de aniversário de David, a 15 de Abril de 2004.
O casal calculou que a renovação e abertura do Macau Soul poderia acontecer ainda no mesmo ano, mas foi apanhado na máquina burocrática da administração de Macau. Ambos nunca tinham trabalhado na área da restauração e desconheciam “o pesadelo que é a burocracia de Macau”, que, considera Jacky, “faz com que seja difícil haver progresso”. O facto de não haver nenhum estabelecimento do género no território colocou entraves adicionais e tornou mais morosos todos os procedimentos necessários para obter as licenças e começar a funcionar. Para exemplificar o calvário por que passaram, David relembra que, depois de as obras estarem prontas, pediram aos serviços de turismo que fizessem a inspecção final. “A inspecção e o seu resultado deveriam ter sido obtidos nos 35 dias seguintes. Na verdade, demorou 15 meses e meio.” Ao todo, entra a compra e a abertura distaram incríveis quatro anos e dois meses.
Mas é caso para dizer que valeu a pena a espera. Para além da simpatia dos donos, o Macau Soul oferece um ambiente requintado, onde o bom gosto impera nos mais pequenos pormenores. Na sala de entrada há mobiliário antigo e as paredes estão decoradas com fotos e quadros com motivos macaenses. Ali há também lugar para exposições temporárias, como a que vai mostrar os trabalhos de Charles Chauderlot a partir de 12 de Março. A sala da cave está equipada com um palco para apresentações musicais ao vivo.
David encontra na sua criação algumas coisas que acho que faltam noutros bares. “Providenciamos acessórios para os vinhos, tentamos que tudo seja acessível”. Jacky completa: “Queremos que a pessoa que passa na rua sinta que pode entrar e tomar uma bebida sem que isso seja muito caro”
A casa da Rua de São Paulo caracteriza-se por uma variada selecção de vinhos portugueses. Entre as 200 marcas disponíveis para degustação, apenas duas não são lusas, visto que, explica a dona, “o vinho português é extramamente bom e tem uma óptima relação qualidade-preço”. Para além dos portos e do vinho da madeira, a selecção de vinhos inclui, por exemplo, a produções da Fundação Eugénio de Almeida, da Casa de Santar ou da Quinta do Fojo. O vinho pode ser comprado a copo ou a garrafa. Para acompanhar o néctar, há saladas, tábuas de queijos e vários aperitivos.
Tal como o vinho, a música é um aspecto importante da atmosfera do local. Também na música, os Higgins querem fazer a diferença na cidade. “A nossa ideia inicial era termos bandas todas as sextas e Sábados, mas percebemos que só o poderíamos fazer usando músicos macaenses, coisa que não queremos. Pretendemos que a nossa música seja especial. Todos já ouviram os músicos locais, queremos trazer sonoridades novas.” Para já, no dia 19 de Março, regressam ao Macau Soul os norte-americanos Shrimp City Slim, que, depois de em Outubro terem enchido a casa durante várias noites, farão performances diárias até dia 29. Outros nomes serão anunciados em breve, dado que o plano da casa é ter concertos com regularidade bimestral.
Quando não há espectáculos ao vivo, há sempre um som ambiente suave, com muito jazz de autores como Thelonius Monk, Art Pepper, John Coltrane, ou Art Tatum. Para não se repetirem, os donos fazem-se valer de uma colecção 4000 discos catalogados, e convidam os clientes a escolher o que querem ouvir.
O Macau Soul abre todos os dias pelas 10 horas para o café da manhã e funciona, de segunda a quinta, aproximadamente até às 20 horas, Às sextas, sábados e domingos, o bar fecha mais tarde.
PB

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2.3.09


YESTERDAY - The Beatles

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1.3.09


HENRY Miller on NY

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OS alunos da Universidade de Macau (Umac) ouviram a análise à crise financeira global feita por James Mirrlees como se estivessem perante um oráculo. Laureado com o prémio Nobel da Economia em 1996 e professor honorário da Umac, o escocês defendeu ontem, durante um workshop realizado na universidade, que a crise só poderá ser estancada quando “os bancos se voltarem a comportar como bancos”. (Texto - PB; Foto - António Falcão)

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Em Macau: Em Lisboa:
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