31.5.10



“I saw that nothing was permanent. You don't want to possess anything that is dear to you because you might lose it.”

- y.o

Deu nas vistas ao protagonizar trocadilhos irresistíveis entre o japonês e o português em “Sabroso, Nunca?”. Lina Shigemitsu declara-se apaixonada por Macau e usa a pintura, a fotografia, os blogues e até a filosofia para demonstrar essa paixão. O seu objectivo é mudar a imagem que os japoneses têm de Macau.
A história toda aqui.

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30.5.10

UM poema para domingo:

As armas e os barões assinalados,
Que da ocidental praia Lusitana,
Por mares nunca de antes navegados,
Passaram ainda além da Taprobana,
Em perigos e guerras esforçados,
Mais do que prometia a força humana,
E entre gente remota edificaram
Novo Reino, que tanto sublimaram;

Luís de Camões

29.5.10


"Estas crianças de escola observam-me com curiosidade.
Fui sem dúvida o primeiro europeu que tinham visto."
Vietname do Norte, 1969

MARC
Riboud, fotógrafo
A sua exposição antológica inaugurou ontem. Depois do World Press Photo do ano passado, é o melhor evento fotográfico a ter lugar em Macau.

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27.5.10


A VIII edição do “Jazz ao Centro” mantém o formato experimentado pela primeira vez em 2008, concentrando a sua programação na última semana de Maio e primeira de Junho. De 24 de Maio a 5 de Junho, vários espaços da cidade de Coimbra acolherão dez concertos, actividades pedagógicas, um pequeno ciclo de cinema e uma exposição de fotografia.
O primeiro fim de semana de concertos terá como protagonistas dois grupos norte-americanos. O quarteto Mostly Other People do The Killing actuará, por três dias consecutivos (27, 28 e 29 de Maio), nas “after-hours” do Salão Brazil, enquanto que os Digital Primitives subirão ao palco do Teatro Académico de Gil Vicente, na noite de 29 de Maio.
Na segunda semana de festival, o TAGV é o local escolhido para o encontro entre duas figuras cimeiras da música criativa de ambos os lados de Atlântico, o americano Tim Berne e o francês Bruno Chevillon. O Salão Brazil receberá, nos dias 3 e 4 de Junho, a European Movement Jazz Orchestra, constituída por alguns dos mais promissores músicos europeus e onde Portugal está bem representado. No dia 5 de Junho, e com honras de fecho do festival, é a vez do Convergente Quartet (GB, EUA) actuar no salão da Baixa coimbrã.
O Mosteiro de Santa Clara-a-Velha acolhe duas propostas pensadas para o seu espaço. Na Sexta-feira, dia 28 de Maio, actuará, a solo, o trompetista Peter Evans. Na Sexta-feira, 4 de Junho, será a vez do duo Jean-Luc Guionnet (saxofone alto) Seijiro Murayama (percussão). Ambos os concertos terão lugar às 19h00, em finais de tarde que se prevêm plenos de encantamento.

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26.5.10

A glimpse of Expo Shanghai, in english and in chinese.

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25.5.10

NUM dos espectáculos mais aguardados do Festival de Artes de Macau, os Dóci Papiaçám abordaram o mundo da culinária macaense. É um espectáculo macaense.

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24.5.10

VEM aí o mundial e este anúncio está genial:

O internacional português Cristiano Ronaldo é uma das estrelas da nova campanha da Nike, "Escreve o Futuro", que foi estreado na televisão no sábado, durante a final da Liga dos Campeões. A campanha foi rodada pelo realizador Alejandro G. Iñarritu, autor de filmes como "Babel" ou "21 Gramas".

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23.5.10

UM poema para domingo

Que vergonha, rapazes

Que vergonha, rapazes! Nós práqui
caídos na cerveja ou no uísque
a enrolar conversa no «diz que»
e a desnalgar a fêmea («Vist'?Viii!»)

Que miséria, meus filhos! Tão sem jeito
é esta videirinha à portuguesa
que às vezes me soergo no meu leito
e vejo entrar a quarta invasão francesa.

Desejo recalcado, com certeza...
Mas logo desço à rua, encontro o Roque
(«O Roque abre-lhe a porta, nunca toque»)
e desabafo: - Ó Roque, com franqueza:

Você nunca quis ver outros países?
- Bem queria, Sr. O'Neill! E as varizes?

Alexandre O'Neill, Poemas com endereço (1962)

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18.5.10


WE're on our way, no we can't turn back

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16.5.10

UM poema para domingo

Pertenço a um género de portugueses
Que depois de estar a Índia descoberta
Ficaram sem trabalho. A morte é certa
Tenho pensado nisso muitas vezes

[Excerto do poema "Opiário", de Álvaro de Campos]

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15.5.10


I come and go through peoples love-lies

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13.5.10

INTERESSANTE observação da Clara.
"Nos anos 50, a maioria dos portugueses emigrava; hoje, a maioria dos portugueses expatria-se. Para as pessoas mais desatentas, estas duas formas de renunciar ao país podem parecer iguais. Não são."

Eu não sei se há assim tanta diferença sociológica entre emigrante e expatriado. Talvez o primeiro, com a sua malinha de cartão, tenha abandonado a pátria pesaroso, por obrigação, enquanto o segundo sai porque quer e até poderia ter ficado. Poderia, mas a que preço?
Ler o post todo aqui.

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Pensamento do dia

"HOJE em dia, a estética é um valor absoluto. A puta da estética, que é a coisa mais shallow que pode haver. E ninguém faz nada contra isto. Vamos escrever um manifesto!"

12.5.10

Going where?

"NÃO tenho filhos e tremo só de pensar. Os exemplos que vejo em volta não aconselham temeridades. Hordas de amigos constituem as respectivas proles e, apesar da benesse, não levam vidas descansadas. Pelo contrário: estão invariavelmente mergulhados numa angústia e numa ansiedade de contornos particularmente patológicos. Percebo porquê. Há cem ou duzentos anos, a vida dependia do berço, da posição social e da fortuna familiar.

Hoje, não. A criança nasce, não numa família mas numa pista de atletismo, com as barreiras da praxe: jardim-escola aos três, natação aos quatro, lições de piano aos cinco, escola aos seis, e um exército de professores, explicadores, educadores e psicólogos, como se a criança fosse um potro de competição.

Eis a ideologia criminosa que se instalou definitivamente nas sociedades modernas: a vida não é para ser vivida – mas construída com sucessos pessoais e profissionais, uns atrás dos outros, em progressão geométrica para o infinito. É preciso o emprego de sonho, a casa de sonho, o maridinho de sonho, os amigos de sonho, as férias de sonho, os restaurantes de sonho.

Não admira que, até 2020, um terço da população mundial esteja a mamar forte no Prozac. É a velha história da cenoura e do burro: quanto mais temos, mais queremos. Quanto mais queremos, mais desesperamos. A meritocracia gera uma insatisfação insaciável que acabará por arrasar o mais leve traço de humanidade. O que não deixa de ser uma lástima.

Se as pessoas voltassem a ler os clássicos, sobretudo Montaigne, saberiam que o fim último da vida não é a excelência, mas sim a felicidade!"

AUTOR: João Pereira Coutinho

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Pensamento do dia

AO passar do Papa na Fontes Pereira de Melo, ela disse "que Deus nos proteja".

10.5.10

UM mundo com a coluna deslocada

Texto sobre Charles Bukowski, por Henrique Fialho (in Rascunho.net)

"Se há escritores cujo nome se transformou num conceito, Charles Bukowski (n. 1920 – m. 1994) é um deles. Designar algo de bukowskiano pode significar muita coisa, mais ainda se tivermos, como muitos leitores terão, uma ideia mitológica do homem. Se assim for, arriscamo-nos a contaminar a leitura com o mito. Nos tempos que correm, ressaca dos tempos que Charles Bukowski viveu, o mito alimenta-se da iconografia disponível. Uma coisa é construirmos em torno de um nome uma imagem, outra coisa é construirmos uma ideia em torno da imagem que temos do nome. E as imagens de que dispomos com Charles Bukowski a agredir a mulher durante a filmagem de um documentário, ou perdido de bêbedo no decorrer de um célebre programa televisivo francês para o qual havia sido convidado, fundamentam não só a ideia de um escritor rebelde, como tantos outros, de um maldito, como outros tantos, mas a de um homem diluído na sua própria obra. Entre as imagens daquele homem concreto e os movimentos de Henry Chinaski, o alter-ego literário do homem-escritor − de seu verdadeiro nome Heinrich Karl Bukowski, Jr. − não resta qualquer diferença. Sendo assim, alguns tenderão a associar o conceito de bukowskiano a um certo autobiografismo hiper-realista. Creio, no entanto, que ele é algo mais.
Peguemos neste “Correios” (Antígona, Abril de 2010), primeiro romance do autor norte-americano, publicado originalmente em 1971, agora traduzido para português por Rui Lopes, e atentemo-nos às pertinentes palavras de Gerald Locklin, autor do prefácio: “afastado do ‘cânone oficial’, mas destinado a ser um membro permanente de um cânone alternativo, ao lado do Marquês de Sade, de Henry Miller, de Anaïs Nin, e de outros que espalharam a sua verdade, quer esta ofendesse quer não as elites culturais, sem se importarem com a aprovação ou com o sentimento de ofensa dos professores” (p. 10)… Eis um dos riscos clássicos da chamada contracultura: vir o tempo a elevá-la, ou a rebaixá-la, conforme as perspectivas, ao nível da cultura. Não se trata aqui de apanhar a carreira do estatuto, nem de renegar um estatuto que se tem por adquirido à nascença, não se trata de agir em confronto com o poder tendo em vista a tomada do poder, trata-se de ser apanhado pelo próprio veneno, como uma criatura autofágica que perante o olhar dos outros se vê numa espécie de comboio para o qual não comprou bilhete.



Vítima de maus-tratos na infância, bexigoso, refugiado no álcool e na literatura, Bukowski cursou jornalismo e letras. Não era propriamente um desses vagabundos entre os quais o seu alter-ego se sentia como peixe na água. O ostracismo paterno, o desamparo, a necessidade de sobrevivência, obrigou-o a várias e esforçadas ocupações. Começou a trabalhar nos correios em 1952, interrompendo um período de três anos devido a uma úlcera, para regressar, em 1958, com novas funções. Por lá andou durante doze anos, acumulando com os primeiros poemas, crónicas e contos em revistas marginais (ou quase). Foi apanhado pela corrente beat e deixou-se arrastar, demarcando-se sempre de toda e qualquer tentativa de associativismo que lhe usurpasse aquilo que mais lhe custou a construir: uma identidade própria. Essa identidade revela-se numa escrita directa, sem subterfúgios, prolífica em situações caricatas, burlescas, mas também comovente na forma quase ingénua como procura dissimular as emoções e uma incomodativa sentimentalidade. Ler Charles Bukowski é como ouvir à mesa do café as histórias de um desses homens que procuram disfarçar a dor com o riso, que tentam afastar do corpo os fantasmas de uma existência consciente de ser absurda, que perante a iminência das lágrimas travam o sal dos olhos com mais um copo bebido de penálti.
“Correios” relata, nesse estilo inconfundível – que outra ambição pode ter um escritor? – a passagem de Henry Chinaski pelo funcionalismo público. Primeiro, como carteiro substituto; depois, como carteiro efectivo; por fim, como funcionário administrativo. Pelo meio, muitas mulheres, corridas de cavalos, casamentos, divórcios, o nascimento da filha, um código de conduta sucessivamente mandado às malvas. Entre outros, dois aspectos em que esta escrita se mostra genial: a brutalidade das descrições leva-nos a atribuir um valor muito mais significativo a atitudes movidas por virtudes arredadas de um mundo gerido por hipócritas. Palavras como coragem e decência, num contexto em que a pessoa humana está ao nível do cão, já não são pormenores moralistas ou moralizantes, são a âncora que resgata dos seres humanos o que lhes sobra de humanidade entre a selvajaria a que estão sujeitos. Depois a auto-ironia, a capacidade de construir uma auto-imagem que se dá de beber ao público, levando-o a mergulhar na lama já sem a auréola que Baudelaire havia retirado da cabecinha do escritor. Bem sei que em era de hi5 e de Facebook, o mundo é todo um Photoshop em incansável actividade. A imagem que geralmente oferecemos de nós aos outros, uma imagem de gente séria e sensual, de gente bonita e alegre, agradável e amorosa, determinada e elegante, em pose intelectual e edificante, é apenas mera imagem. A limpar o cu, somos quase todos iguais. E ainda que a vida não se resuma a esse gesto, não se chame a isto uma extrema simplificação da vida. Dizê-lo por estes dias dá sentido à contracultura, mesmo que saibamos do risco a que estamos expostos. Tornarmo-nos cultos."

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9.5.10

UM poema para domingo

Retrato próprio

Magro, de olhos azuis, carão moreno,
Bem servido de pés, meão na altura,
Triste da facha, o mesmo de figura,
Nariz alto no meio, e não pequeno.

Incapaz de assistir num só terreno,
Mais propenso ao furor do que à ternura;
Bebendo em níveas mãos por taça escura
De zelos infernais letal veneno:

Devoto incensador de mil deidades
(Digo, de moças mil) num só momento,
E somente no altar amando os frades:

Eis Bocage, em quem luz algum talento;
Saíram dele mesmo estas verdades
Num dia em que se achou cagando ao vento.

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5.5.10

"NA luta de libertação dos povos de Angola e de outras ex-colónias, eu não estive. Eles estavam errados. Não era uma luta de brancos contra pretos. O que eu queria era uma luta de povos – que interessava a cor, a religião, os costumes? – não contra o povo português, mas sim, em comunhão com este, em qualquer fórmula que nos permitisse viver em comunidade."

Nascimento Rodrigues, texto "O Fim do Império", escrito em 1999, a poucas horas da transferência de soberania em Macau.

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casa de penhores


casa de penhores, originally uploaded by BARBOSA BRIOSA.

Fotos da Expo Xangai, tiradas ainda antes da abertura da maior exposição mundial de sempre.

casa de penhores


casa de penhores, originally uploaded by BARBOSA BRIOSA.

Fotos da Expo Xangai, tiradas ainda antes da abertura da maior exposição mundial de sempre.

Interior do pavilhão de mcau

Fotos da Expo Xangai, tiradas ainda antes da abertura da maior exposição mundial de sempre.

Pavilhão de Macau


Pavilhão de Macau, originally uploaded by BARBOSA BRIOSA.

Fotos da Expo Xangai, tiradas ainda antes da abertura da maior exposição mundial de sempre.

Pavilhão de Macau


Pavilhão de Macau, originally uploaded by BARBOSA BRIOSA.

Fotos da Expo Xangai, tiradas ainda antes da abertura da maior exposição mundial de sempre.

Pavilhão de Portugal


Pavilhão de Portugal, originally uploaded by BARBOSA BRIOSA.

Fotos da Expo Xangai, tiradas ainda antes da abertura da maior exposição mundial de sempre.

3.5.10

Pensamento do dia

NÂO procurar é encontrar vamos imaginar que não há amanhã porque não há agora é a hora agora nunca sabes o que é suficiente agora até saberes o que é mais do que suficiente agora fica sabendo nunca é suficiente agora imagina que não há amanhã agora vamos partir esta gaita toda porque não há.

2.5.10

THE VACUUM (1955)

The house is so quiet now
The vacuum cleaner sulks in the corner closet,
Its bag limp as a stopped lung, its mouth
Grinning into the floor, maybe at my
Slovenly life, my dog-dead youth.

I’ve lived this way long enough,
But when my old woman died her soul
Went into that vacuum cleaner, and I can’t bear
To see the bag swell like a belly, eating the dust
And the woollen mice, and begin to howl

Because there is old filth everywhere
She used to crawl, in the corner and under the stair.
I know now how life is cheap as dirt,
And still the hungry, angry heart
Hangs on and howls, biting at air.



§



O ASPIRADOR
UM
poema para domingo:

THE VACUUM (1955)

A casa está tão calma agora
O aspirador amuou no armário de canto,
Seu saco aleijado como um pulmão imóvel, sua boca
Zombando para o chão, talvez da minha
Vida desmazelada, da minha irresponsabilidade.

Vivi tempo suficiente assim,
Mas quando a minha velha morreu, sua alma
Entrou dentro daquele aspirador e eu não suporto
Ver o saco inchar como um ventre, comendo pó
E camundongos, começando a uivar

Porque há imundice por todo o lado
Onde usava rastejar, nos cantos e sob a escada.
Sei agora como a vida é reles como lixo,
Ainda assim o coração ávido, irado
Resiste e brama, mordendo o céu.

HOWARD NEMEROV (1920-1991), poeta americano nascido e criado em Nova Iorque.

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1.5.10

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Em Macau: Em Lisboa:
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