UM poema para domingo
Que vergonha, rapazes
Que vergonha, rapazes! Nós práqui
caídos na cerveja ou no uísque
a enrolar conversa no «diz que»
e a desnalgar a fêmea («Vist'?Viii!»)
Que miséria, meus filhos! Tão sem jeito
é esta videirinha à portuguesa
que às vezes me soergo no meu leito
e vejo entrar a quarta invasão francesa.
Desejo recalcado, com certeza...
Mas logo desço à rua, encontro o Roque
(«O Roque abre-lhe a porta, nunca toque»)
e desabafo: - Ó Roque, com franqueza:
Você nunca quis ver outros países?
- Bem queria, Sr. O'Neill! E as varizes?
Alexandre O'Neill, Poemas com endereço (1962)
Que vergonha, rapazes
Que vergonha, rapazes! Nós práqui
caídos na cerveja ou no uísque
a enrolar conversa no «diz que»
e a desnalgar a fêmea («Vist'?Viii!»)
Que miséria, meus filhos! Tão sem jeito
é esta videirinha à portuguesa
que às vezes me soergo no meu leito
e vejo entrar a quarta invasão francesa.
Desejo recalcado, com certeza...
Mas logo desço à rua, encontro o Roque
(«O Roque abre-lhe a porta, nunca toque»)
e desabafo: - Ó Roque, com franqueza:
Você nunca quis ver outros países?
- Bem queria, Sr. O'Neill! E as varizes?
Alexandre O'Neill, Poemas com endereço (1962)
Etiquetas: Poesia
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