SOBRE a situação política em Portugal, para ler e reflectir:
1 - Henrique Raposo
1 - Henrique Raposo
"Processar Sócrates? Só precisam de um espelho"
(E o endividamento privado? Aqui o cenário é um pouco diferente. Na
política e na dívida do Estado, ninguém pode dizer que não foi avisado
em relação aos perigos de Sócrates e do despesismo socialista; na
questão do crédito à habitação (o centro do nosso endividamento
privado), ninguém avisou as pessoas. Os bancos e os governos (através do
crédito bonificado) potenciaram ao máximo aquele desejo português pela posse de terra. Mas, lá está, os portugueses não foram vítimas passivas, não há aqui teorias da conspiração. Se todas as regiões queriam uma auto-estrada, todos os portugueses queriam ser proprietários da sua própria casa, e
ainda hoje olham com desconfiança para o arrendamento. Na mentalidade
que se desenvolveu ao longo destas décadas, o sujeito que paga uma renda
ao senhorio é um totó, "pá, estás a dar dinheiro a outro gajo, quando
devias ter a tua casa". Resultado? Se a memória não me falha, a taxa de
proprietários da Alemanha está abaixo dos 50%; em Portugal, está acima
dos 80%. Neste tema, os portugueses têm razão para criticar bancos e
governos, mas antes têm de olhar para um espelho. Este segundo espelho é
mais pequeno do que o primeiro, mas não deixa de ser um espelho. Ler mais: http://expresso.sapo.pt/processar-socrates-so-precisam-de-um-espelho=f752130#ixzz26H9jTvy3)
2 - Pedro Guerreiro
(Não é a derrapagem do défice que mata a união que faz deste um
território, um país. É a cegueira das medidas para corrigi-lo. É a
indignidade. O desdém. A insensibilidade. Será que não percebem que o
pacote de austeridade agora anunciado mata algo mais que a economia, que
as finanças, que os mercados - mata a força para levantar, estudar,
trabalhar, pagar impostos, para constituir uma sociedade? O
Governo falhou as previsões, afinal a economia não vai contrair 4% em
dois anos, mas 6% em três anos. O Governo fracassou no objectivo de
redução do défice orçamental. Felizmente, ganhámos um ano. Mas não é uma
ajuda da troika a Portugal, é uma ajuda da troika à própria troika,
co-responsável por este falhanço. Uma ajuda da troika seria outra coisa:
seria baixar a taxa de juro cobrada a Portugal. Se neste momento países
como a Alemanha se financiam a taxas próximas de 0%, por que razão nos
cobram quase 4%?)
0 Comentários:
Enviar um comentário
Subscrever Enviar feedback [Atom]
<< Página inicial