Vietname I
UMA das grandes curiosidades que tinha na visita que fiz ao Vietname era tentar entender por que motivo se meteram os americanos na guerra civil(que surge na sequência da derrota dos colonialistas franceses e da Conferência de Genebra, na qual o Vietname foi dividido em dois países separados), numa intervenção que redundou no desastre conhecido. Mais de quatro milhões de mortos vietnamitas, muitos deles civis e cerca de 50 mil americanos mortos.
Quando andava na universidade e assinava a Newsweek, um memorável número da revista tinha uma das capas mais fortes que já vi. A letras garrafais tinha escrito “Why did we do it?”, por cima de uma nuvem causada por uma explosão atómica, em forma de cogumelo. Referia-se às deflagrações atómicas em Hiroshima e Nagasaki, no Japão. A guerra já estava ganha, era uma questão mais algumas semanas até à capitulação japonesa. Porquê então mandar a bomba? A teses mais veiculadas são: para poupar mais vidas americanas na guerra e para mostrar aos soviéticos e ao mundo o poder desta nova arma. Em resultado do ataque atómico, morreram atrozmente milhares de inocentes, outros ficaram estropiados, e nem os que nasceram depois se livraram dos efeitos nocivos das radiações. Uma maneira péssima de terminar uma guerra em que os americanos tiveram um papel crucial e heróico na derrota dos nazis.
Depois veio a guerra fria, o plano Marshal, a intervenção na guerra da Coreia e o Vietname, um trauma que permanece até hoje. Para tentar perceber melhor esta questão, visitei o “War Remmants Museum”, em Saigão, os famosos túneis de Cu Chi e estou a ler um livro muito interessante: “Vietnam, A History”, de Stanley Karnow, jornalista premiado com o Pulitzer.
A visita ao país confirmou o que pensava. A intervenção americana no Vietname foi um erro absurdo. Em termos geo-estratégicos, aquele país da Indochina não tem grande importância. Não é um Iraque, cheio de petróleo. O seu principal bem exportável é o arroz, o país é rural e pobre (ainda continua a ser, imagino como seria nos anos 60).
A intervenção americana começa por ser de mero apoio e aconselhamento às forças do governo corrupto do Sul contra a guerrilha de Ho Chi Min. Mas depois houve uma escalada, com os americanos a terem mais de meio milhão de homens destacados no Vietname na segunda metade da década de 60. É lógico que, tal como na Coreia, a guerra baseia-se em divergências ideológicas. É o capitalismo apoiado pelos americanos contra o comunismo. Na América, os estrategas da altura acreditavam no efeito de dominó, segundo a qual o comunismo se expandiria se não fosse travado, custasse o que custasse. Por outro lado, é nítido que os americanos sempre subestimaram o adversário que enfrentavam, como o fizeram agora no Iraque. Os vietcongs estavam dispostos a um sacrifício imenso, estavam também altamente motivados para vencer um conflito que, para eles, era de vida ou de morte. Questão bem ilustrada no livro de Karnow:
“American startegists went astray by ascribing their own values to the communists. Westmoreland, for one, was sure that he knew the threshold of their endurance: by ‘bledding them, he would impress upon the leaders the realization thet they were draining their population to the point of national disaster for generations’ and thus compel them to sue for peace. Even after the war, he still seemed to have misunderstood the dimensions of their determination. ‘Any anerican commander who took the same war looses as General Diap’, he said, ‘would have been sacked overnight.’
Modelo de vietcongs, que aqui aproveitam uma bomba americana que não explodiu para fabricar minas.
But Giap was not na american confronted by a strange people in a faraway land. His troops and their civilian supporters, fighting on their on soil, were convinced that their protracted struggle would ultimately wear away the patience of their foes na carry them to their goal. The strategy had worked for Giap against France, and he was persuaded that it would work against the United States.
‘We were not strong enough to drive a half million american troops out of Vietnam, but that wasn’t our aim’. Giap explained to me. ‘We sought to break the will os the american government to continue the conflict. Westmoreland was strong to count on His superior firepower to grind us down. Our Soviet and Chinese comrades also failed to grasp our approach when they asked how many divisions we had in ralation to the americans, how we would cope with their technology, their artillery, their air attacks. We were engaging a people´s war à lameniere vitnamienne – a total war in wich every man, every woman, every unit, big or small is sustained by a mobillized population. So america’s sophisticated weapons, electronic devices and the rest were to no avail. Despite its military power, América misgauged the limits of its power. In war there are two factors – human beings and wepons. Ultimately, though, human beings are the decisive factors.”
Pag. 20, 21
O inimigo era omnipresente, estava disfarçado entre os camponeses, refugiado em túneis com centenas de quilómetros de extensão. Eis a opinião de um almirante americano:
“We should have fought in the north, were everyone was the enemy, were you didn’t have to worry wether or not you were shooting frindly civilians. In the south, we had to cope with women concealing grenades in their brasseries, or in their baby’s diapers. I remenber two of our marines being killed by a youngster who they were teaching to play volleyball.”
(pág. 19)
Vítima da utilização de armas químicas por parte dos americanos (agente laranja, um herbicida usado para deflorestar a selva vietnamita)
(continua)
2 Comentários:
que grande viagem. a malta aqui atrás fica à espera do resto.
Pois foi icendul, obrigado. A questão aqui é que há paralelos óbvios com o presente. É triste ver nações (ou pessoas) não aprenderem com a história e fazerem os mesmos erros do passado:
http://www.nytimes.com/2009/07/26/world/asia/26marines.html?em
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