Depoimento: Helder Fernando
“SOUBE que alguma coisa acontecera de importante em Portugal, na manhã desse dia. Era quinta-feira, eu, jovem de 27 entusiasmados anos, tinha estado na véspera, até bastante tarde, a trabalhar na rádio. Quem me deu a notícia foi o gerente do Pigalle, um restaurante no edifício onde morava, hoje um banco. Principalmente quem estava ligado a jornais, rádios e movimentos culturais, tinha consciência que se aproximavam mudanças. O discretíssimo José Craveirinha, um dos mais consagrados poetas moçambicanos, que escrevia um programa de rádio para mim, deixava discretos sinais.
Lembro-me que uma das primeiras decisões foi a abolição da censura prévia nos jornais, nas rádios, nas edições. E, ao mesmo tempo, as primeiras lutas entre jornais diferentemente posicionados. A 26 de Abril já se manifestavam dezenas de partidos políticos e coisas aparentemente semelhantes, logo numa manifestação organizada praticamente ad hoc pelos Democratas de Moçambique, de apoio ao MFA, que alegremente percorreu avenidas da ainda Lourenço Marques, tal como aconteceu em outras cidades. Imediatamente, o jornal “Noticias”, a revista semanal “Tempo” e o Rádio Clube de Moçambique (nome antes da nacionalização em 1975), assumiram editorialmente a defesa da independência moçambicana sob a égide da Frelimo. A sequência de erros viria depois.”
(Recolhido por mim para o Hoje Macau)
Lembro-me que uma das primeiras decisões foi a abolição da censura prévia nos jornais, nas rádios, nas edições. E, ao mesmo tempo, as primeiras lutas entre jornais diferentemente posicionados. A 26 de Abril já se manifestavam dezenas de partidos políticos e coisas aparentemente semelhantes, logo numa manifestação organizada praticamente ad hoc pelos Democratas de Moçambique, de apoio ao MFA, que alegremente percorreu avenidas da ainda Lourenço Marques, tal como aconteceu em outras cidades. Imediatamente, o jornal “Noticias”, a revista semanal “Tempo” e o Rádio Clube de Moçambique (nome antes da nacionalização em 1975), assumiram editorialmente a defesa da independência moçambicana sob a égide da Frelimo. A sequência de erros viria depois.”
(Recolhido por mim para o Hoje Macau)
Etiquetas: Jornalismo, Política
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