3.3.13

e agora?

"QUE força é essa, amigo
que força é essa, amigo
que te põe de bem com outros
e de mal contigo?"




Que se lixe a troika - e agora?
Henrique Monteiro
9:30 Domingo, 3 de março de 2013

Que se lixe a troika - e agora?



Henrique Monteiro
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Como se previa a manifestação foi grande e mobilizou muita gente em muitos locais do país. Discutir números não interessa, embora o afã da organização em afirmar que só em Lisboa estiveram 800 mil pessoas seja ridículo e apenas sirva para esconder que, na capital, precisamente, a mobilização foi menor do que protestos anteriores.
Entendamo-nos: as manifs de ontem foram uma prova de força legítima e ordeira que o Governo e todos os agentes políticos têm de levar a sério e ter em conta. Porém, como se previa, faltou-lhe um propósito claro que fosse além da mera contestação ao que está. Faltou-lhe um rumo: E agora? A seguir, o quê? 
O consenso negativo ficou bem expresso. A "moção de censura popular" aprovada no final do cortejo considera o Governo ilegítimo e "obviamente demitido", mas não apela ao Presidente que o demita, nem exige que se realizem eleições.
É um diagnóstico sem terapêutica, porque qualquer terapêutica que siga os passos democráticos e constitucionais (da mesma Constituição que os manifestantes acusam o Presidente de desrespeitar) daria, com quase toda a certeza, nova maioria aos partidos que subscreveram o memorando da troika. Só que "o domínio da troika sobre o povo" é outro dos aspetos que a moção condena.
Temos, pois, como resultado apenas uma constatação: as pessoas estão furiosas com o Governo. Indignadas, revoltadas. Muitas já não acreditam no sistema democrático; nenhumas parecem saber o que fazer efetivamente.
Para o impasse criado no país não há, de facto, uma solução simples. Quando se sabe que um ex-presidente do BCP tem a desfaçatez de ser líder dos Reformados Indignados está tudo dito. Somos todos indignados, estamos todos a perder dinheiro, regalias, bem estar e muitos chegaram ao desemprego e à miséria. Mas isto continua apenas a ser um diagnóstico e até agora ainda ninguém me convenceu de uma receita alternativa que não passe por negociar com a troika, não para a expulsar do país e terminar a austeridade como se ouviu na rua, mas apenas para minorar os efeitos deste calvário em que se tornou a vida em Portugal
É pouco? Talvez, mas é o possível. 



Como se previa a manifestação foi grande e mobilizou muita gente em muitos locais do país. Discutir números não interessa, embora o afã da organização em afirmar que só em Lisboa estiveram 800 mil pessoas seja ridículo e apenas sirva para esconder que, na capital, precisamente, a mobilização foi menor do que protestos anteriores.
Entendamo-nos: as manifs de ontem foram uma prova de força legítima e ordeira que o Governo e todos os agentes políticos têm de levar a sério e ter em conta. Porém, como se previa, faltou-lhe um propósito claro que fosse além da mera contestação ao que está. Faltou-lhe um rumo: E agora? A seguir, o quê? 
O consenso negativo ficou bem expresso. A "moção de censura popular" aprovada no final do cortejo considera o Governo ilegítimo e "obviamente demitido", mas não apela ao Presidente que o demita, nem exige que se realizem eleições.
É um diagnóstico sem terapêutica, porque qualquer terapêutica que siga os passos democráticos e constitucionais (da mesma Constituição que os manifestantes acusam o Presidente de desrespeitar) daria, com quase toda a certeza, nova maioria aos partidos que subscreveram o memorando da troika. Só que "o domínio da troika sobre o povo" é outro dos aspetos que a moção condena.
Temos, pois, como resultado apenas uma constatação: as pessoas estão furiosas com o Governo. Indignadas, revoltadas. Muitas já não acreditam no sistema democrático; nenhumas parecem saber o que fazer efetivamente.
Para o impasse criado no país não há, de facto, uma solução simples. Quando se sabe que um ex-presidente do BCP tem a desfaçatez de ser líder dos Reformados Indignados está tudo dito. Somos todos indignados, estamos todos a perder dinheiro, regalias, bem estar e muitos chegaram ao desemprego e à miséria. Mas isto continua apenas a ser um diagnóstico e até agora ainda ninguém me convenceu de uma receita alternativa que não passe por negociar com a troika, não para a expulsar do país e terminar a austeridade como se ouviu na rua, mas apenas para minorar os efeitos deste calvário em que se tornou a vida em Portugal
É pouco? Talvez, mas é o possível. 
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Como se previa a manifestação foi grande e mobilizou muita gente em muitos locais do país. Discutir números não interessa, embora o afã da organização em afirmar que só em Lisboa estiveram 800 mil pessoas seja ridículo e apenas sirva para esconder que, na capital, precisamente, a mobilização foi menor do que protestos anteriores.
Entendamo-nos: as manifs de ontem foram uma prova de força legítima e ordeira que o Governo e todos os agentes políticos têm de levar a sério e ter em conta. Porém, como se previa, faltou-lhe um propósito claro que fosse além da mera contestação ao que está. Faltou-lhe um rumo: E agora? A seguir, o quê? 
O consenso negativo ficou bem expresso. A "moção de censura popular" aprovada no final do cortejo considera o Governo ilegítimo e "obviamente demitido", mas não apela ao Presidente que o demita, nem exige que se realizem eleições.
É um diagnóstico sem terapêutica, porque qualquer terapêutica que siga os passos democráticos e constitucionais (da mesma Constituição que os manifestantes acusam o Presidente de desrespeitar) daria, com quase toda a certeza, nova maioria aos partidos que subscreveram o memorando da troika. Só que "o domínio da troika sobre o povo" é outro dos aspetos que a moção condena.
Temos, pois, como resultado apenas uma constatação: as pessoas estão furiosas com o Governo. Indignadas, revoltadas. Muitas já não acreditam no sistema democrático; nenhumas parecem saber o que fazer efetivamente.
Para o impasse criado no país não há, de facto, uma solução simples. Quando se sabe que um ex-presidente do BCP tem a desfaçatez de ser líder dos Reformados Indignados está tudo dito. Somos todos indignados, estamos todos a perder dinheiro, regalias, bem estar e muitos chegaram ao desemprego e à miséria. Mas isto continua apenas a ser um diagnóstico e até agora ainda ninguém me convenceu de uma receita alternativa que não passe por negociar com a troika, não para a expulsar do país e terminar a austeridade como se ouviu na rua, mas apenas para minorar os efeitos deste calvário em que se tornou a vida em Portugal
É pouco? Talvez, mas é o possível. 
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Como se previa a manifestação foi grande e mobilizou muita gente em muitos locais do país. Discutir números não interessa, embora o afã da organização em afirmar que só em Lisboa estiveram 800 mil pessoas seja ridículo e apenas sirva para esconder que, na capital, precisamente, a mobilização foi menor do que protestos anteriores.
Entendamo-nos: as manifs de ontem foram uma prova de força legítima e ordeira que o Governo e todos os agentes políticos têm de levar a sério e ter em conta. Porém, como se previa, faltou-lhe um propósito claro que fosse além da mera contestação ao que está. Faltou-lhe um rumo: E agora? A seguir, o quê? 
O consenso negativo ficou bem expresso. A "moção de censura popular" aprovada no final do cortejo considera o Governo ilegítimo e "obviamente demitido", mas não apela ao Presidente que o demita, nem exige que se realizem eleições.
É um diagnóstico sem terapêutica, porque qualquer terapêutica que siga os passos democráticos e constitucionais (da mesma Constituição que os manifestantes acusam o Presidente de desrespeitar) daria, com quase toda a certeza, nova maioria aos partidos que subscreveram o memorando da troika. Só que "o domínio da troika sobre o povo" é outro dos aspetos que a moção condena.
Temos, pois, como resultado apenas uma constatação: as pessoas estão furiosas com o Governo. Indignadas, revoltadas. Muitas já não acreditam no sistema democrático; nenhumas parecem saber o que fazer efetivamente.
Para o impasse criado no país não há, de facto, uma solução simples. Quando se sabe que um ex-presidente do BCP tem a desfaçatez de ser líder dos Reformados Indignados está tudo dito. Somos todos indignados, estamos todos a perder dinheiro, regalias, bem estar e muitos chegaram ao desemprego e à miséria. Mas isto continua apenas a ser um diagnóstico e até agora ainda ninguém me convenceu de uma receita alternativa que não passe por negociar com a troika, não para a expulsar do país e terminar a austeridade como se ouviu na rua, mas apenas para minorar os efeitos deste calvário em que se tornou a vida em Portugal
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