28.3.13

How to build in Coloane

THE past weeks have been ones of fierce debate over a private residential project planned for Seac Pai Van, which could lead to the demolition of an 80-year-old Portuguese bunker.
The public was angered by the statements made by the developer Mr Sio Tak Hong when announcing his intention to stick to the project on the grounds that the land is private property and thus is protected by law. “There are high-rise buildings everywhere; I am not the only one destroying the environment. I believe the government will act in accordance with the law and will not be afraid of public pressure,” he said.
The controversy also involved demagogical patriotic arguments, when an advertisement the Association of Political Science and Law of Macau posted in Macao Daily News (Ou Mun Yat Po), called for demolition of a military pillbox that they said is a symbol of colonialism. The local press inquired repeatedly about who was responsible for the ad (since the association’s president said that he had nothing to do with it) and no one stood to defend it. Were the mentors of this ad worried about Macau’s historical background, or should we just follow the money trail?
Anyway, I’m not worried about the 80-year-old Portuguese bunker. It could be kept if accompanied with an explanatory board showing why the military installed it there and how the territory evolved. Apparently there’s no intention to do that. There are several bunkers of the same kind in Guia hill that are completely abandoned and covered by bushes. No one seems to give a damn about them.
The high-rise residential tower that Sio Tak Hong wants to build in Seac Pai Van is placed in an area already devoured by high-rise buildings. The government’s decision to build ten blocks of affordable housing units in a former quarry located there already made clear what will be the future usage of that area. In case of doubt, please have a look at this picture I recently took from inside the Seac Pai Van garden (where the Panda Pavilion stands), formerly very quiet and pleasant and now surrounded by a wall of buildings:


What worries me is the fact that this building frenzy that is happening on Coloane’s entrance could contaminate the heart of the island. It’s clearly Macau’s last green belt and obviously should be protected. Although, as the sage architect Carlos Marreiros put it when interviewed by the Times, protecting doesn’t necessarily mean not urbanizing. It could also mean to urbanize following high ‘green’ standards and with social purposes: “We could build in Coloane two-or three-story buildings integrated on the mountains and topped by gardens. Build low-density buildings integrated on the slopes. Houses for the elderly, schools, health centers and leisure facilities, excluding hotels and high-rise buildings… We could also introduce solar panels instead of electrical public lighting, or use the filtered river water. The island is virgin, we have a lot of money but initiative is lacking. We could do something that would be the envy of the region and the world, embracing Nature,” he argued.
Another thing that worries me much more than the bunker is the apparent lack of coordination between the development of Hengqin and Macau. Looking at the following picture, we observe that what was once a very relaxing mountain view as seen from Colane village is rapidly being transformed into a wall of buildings. Has anyone thought about the visual and environmental impacts this will bring to Coloane?

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26.3.13

HK Foreign maids lose legal fight for residency “HK, Macau determined that domestic helpers can’t apply for residency” (my report on this)

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20.3.13

Hong Kong

É a eternidade e a sinceridade
na traseira de um ônibus
É o terraço do antigo edifício do Bank of China
à noite

É uma cortina de fog
É o novo Bank of China
acima da linha das luzes, pontiagudo
É um missil de Beijing

É o monge taoísta a caráter pisando firme
no tapete vermelho do Regency Hyatt
É a água de uma cachoeira caindo na linha do trem
da janela do quarto

a China liquidando Hong Kong
É um mendigo que se automutila e vai à caça do seu income
É um garoto mordendo um cigarro pela manhã
É uma gravata pendurada num cabide

inspired by Italy
É Jobim e Astrud Gilberto num alto-falante
de Lamma Island
É um prato de vagem com carne moída

É uma droga que emagrece macacos obesos
É o design vanguardista da garrafa do Jasmine tea
Cai o prédio velho do mercado da Tung Choi
Street, espinafre d'água

É um chinês desdentado numa aguarela
É a careca do poeta Yu Jian produzindo energia limpa e renovável
no saguão de um hotel
É um ataque de budas de neon

É uma dançarina exagerada de tango
É um túmulo com terraço e vista para o mar
É um papagaio da Amazônia num poleiro de ouro
Uma flûte de champanhe Perrier-Jouet

É Tin Chan Temple
um buda gigante
geladeira de Coca-colas no abdôme
É "Delay no more"

adesivos em Ladies Market
Diu lay lo mo, fuck your mother
É um audi de vidros fumados
É Hermès

A lua cheia, pela metade
É uma nuvem sobre o mar
uma pantera
O sol mais tarde


Régis Bonvicino, poema inédito

19.3.13

18.3.13

13.3.13

Benfica, literatura e “kunami” na EPM

KUNAMI”, segundo um dos sketches dos Gato Fedorento, é fruta tropical bem docinha. Durante a manhã de ontem, na Escola Portuguesa de Macau, falou-se de “kunami”, “funami” e outros frutos que tais. Houve ainda tempo para pudim e rap dos matarruanos, bem como citações de Camões ou Bocage. As perguntas foram lançadas por estudantes e professores, Ricardo Araújo Pereira e Rui Zink responderam. Assuntos mais ou menos elevados como o Benfica e a literatura também foram abordados


Por: Raquel Carvalho


Não corram, não corram. Diziam os professores para os alunos. A excitação esteve longe de terminar, mesmo quando sentados e atentos. “Sou humorista quando as coisas correm bem. Quando não correm, sou só uma pessoa que diz coisas”, avisava Ricardo Araújo Pereira. Tanto ele como Rui Zink foram sujeitos às perguntas dos alunos da Escola Portuguesa de Macau (EPM). E passaram com distinção, pelo menos a avaliar pelos aplausos e gritos que encheram o ginásio da instituição, num evento organizado pelo II Festival Literário – Rota das Letras.
“Alguns dos meus colegas dizem que mais do que fazer rir, querem fazer pensar. Eu tenho uma pretensão mais elevada: fazer rir”, confessa Ricardo Araújo Pereira. Dizendo não ser escritor, o humorista, que integra os Gato Fedorento, assegura que isto de causar gargalhadas tem mais de transpiração do que de inspiração. “Um dos segredos do meu trabalho é convencer as pessoas que é improviso, mas é mais trabalho”. Quando está à frente do ecrã do computador, esse, sim, é um momento de espontaneidade. “Invento dez coisas e depois aproveito duas”, conta, perante uma plateia de olhares atentos.
“Há um mito romântico que diz que se nasce com um talento natural. Ora, eu não nasci com nada, aprendi”. Porém, afirma Ricardo Araújo Pereira, “não há uma escola para se ser humorista nem para escrever”. Aos olhos de Rui Zink, a inspiração está dependente da bondade divina, já o trabalho apenas do corpo. “Obviamente que há essa coisa chamada inspiração, mas isso não se controla. A parte que se pode controlar é a do trabalho”. Dá muito trabalho parecer espontâneo, afirma o escritor e professor, usando o equilibrista de circo como exemplo. “O prazer é ver aquela espontaneidade, mas debaixo daqueles fatos de lantejoulas há muitas cicatrizes”.
O percurso de quem escreve acaba por ser um círculo que se completa. “A escola serve para nos ensinar e também para ter uma função repressora”. Aprender a escrever, ao contrário de aprender a desenhar, não é livre, sublinha Rui Zink, filho de professores. Depois, “o circulo vai-se fechando e, um dia, não temos controlo nenhum. Atinge-se a liberdade de quem sabe que nada sabe. Aí chega-se a um momento em que existe espontaneidade no trabalho”.

Fazer rir a avó
A família é, para Ricardo Araújo Pereira, “um manancial enorme de ideias”. Um dos sketches mais populares dos Gato Fedorento, “falam, falam e eu não os vejo a fazer nada”, foi roubado a esse universo. “É um familiar meu com quem eu não me consigo entender bem. A conversa não avança muito, porque ele diz aquele tipo de coisas”, descreve Ricardo Araújo Pereira.
A vontade de provocar o riso alheio surgiu por causa de uma avó, muito sisuda e sempre vestida de negro. “Acho que faço isto por causa da minha avó, a pessoa mais importante da minha vida. A ideia de fazê-la rir era uma ideia que eu levava muito a sério”. Ricardo tentava quebrar a seriedade da avó, “pouco dada a ternura física”. A avó acabava por saltar um riso, que rapidamente continha: “Não tens graça nenhuma”, dizia ao pequeno. “Passei a minha infância a tentar fazer rir a minha avó. Ainda por cima ela fazia um esforço para ser séria”.
Ricardo Araújo Pereira recordou, em conversa com os jovens da EPM, o caminho que percorreu até começar a escrever textos humorísticos. Do esforço de criança até à escolha universitária. “O que aconteceu é que eu queria estudar literatura, mas os meus pais achavam que ninguém ganhava a vida a escrever, então acharam que se eu estudasse algo como comunicação social podia ganhar um pouco melhor – claramente não percebiam nada do mercado de trabalho”.
Durante a faculdade, decidiu fazer um curso de escrita criativa com Rui Zink, que acabaria por indicá-lo ao director das Produções Fictícias, Nuno Artur Silva. “Cresci a ver o Tal Canal e, de repente, estava a escrever para o Herman José”. Hoje em dia, escreve, entre outras coisas, textos que “acidentalmente interpreta”. Porém, subir a um palco não tem nada de natural. “Fecho os olhos e não penso nisso. Sou actor por acaso. É uma coincidência interpretar os meus textos”, garante.




Boleia ao Eusébio
A pergunta que abriu a sessão de ontem apelou ao benfiquismo do humorista. “Eu também me chamo Pereira. Ouvi numa entrevista que uma vez levou o Eusébio no seu carro. O que pensou?”, lançou um dos alunos. “Pensei que íamos falar de coisas menores, escrita e assim”, começou por ripostar Ricardo Araújo Pereira. “Tive dois trabalhos, um foi convencer o meu pai e outro foi convencer o Eusébio que eu lhe queria dar boleia”. Durante a viagem, “fui embasbacado a olhar para ele, até porque não se fala com o Senhor”.
Mais tarde garante ter comprado o carro ao pai. “A cadeirinha da minha filha, quando nasceu, ia do lado direito onde o Eusébio foi sentado”. Rui Zink comprovou o fervor de Ricardo Araújo Pereira: “o Ricardo sofre mais a ver o Benfica do que eu a escrever um romance de 200 páginas”.
E as perguntas sobre o clube lisboeta continuaram. “De um grande benfiquista para outro, o que pensa da renovação do JJ?”, questionou um aluno, referindo-se ao treinador Jorge Jesus. Ricardo Araújo Pereira assumiu, sem pejo, a condição de fã. “Gosto de ver as conferências de imprensa. Desenvolvi um gosto por ouvir o ‘jegar’, porque é mais do que jogar, é jogar, é malandrice, é muita coisa”, explicou, justificando a veneração.
Outros jovens tentaram esmiuçar a origem de alguns dos sketches dos Gato Fedorento. “Qual é a origem do Rap dos Matarruanos?”, quis saber um aluno. “Eu tenho uma raiz matarruana muito forte. A minha família é toda do Norte. Quando quero imitar um sotaque do Norte, imito um irmão ou amigo”, confessa Ricardo Araújo Pereira.
“E de onde vêm as palavras kunami, funami e coisas assim?”, interrogou outra aluna. Essa veio da adolescência, contou o humorista, lembrando um professor de música que um dia criou uma letra de sonoridades idênticas. “E comer pudins daquela forma?”. Ricardo Araújo Pereira deixa um aviso: “pode ser perigoso para vocês e para o próprio pudim”.

Escrever é como cozinhar
Na sessão de ontem, houve ainda tempo para citar Bocage e Camões, com Rui Zink a fazer jus ao gosto de contar histórias. “Não sei se faço bem, mas gosto de contar histórias e de dar aulas. Faço isto há 30 anos. As duas coisas completam-se”. Porém, se tivesse que escolher, optaria pela segunda. “Posso viver sem escrever. Sem dar aulas, posso viver, mas não seria a mesma coisa”. Uma actividade com a qual cresceu. “Sou a terceira geração de professores”.
Aos olhos do autor de obras como “O Suplente” ou “Os Surfistas”, “quando um professor faz menos, é quando corre melhor. Numa aula, o mais interessante é o que acontece no espaço vazio”. Já o processo da escrita é parecido com o da culinária. “Escrevo como se cozinhasse um prato. Faço, deixo repousar, volto a mexer…”.
O cozinhado terá melhor ou pior sabor, consoante o leitor. Mas na escrita, diz Rui Zink, “não há mistérios”: “pode sair um poema de Camões ou o gato comeu a sopa”. A inspiração está sempre no que lhe aparece diante os olhos. “Vou beber inspiração ao que me acontece. As melhores histórias para contar estão à nossa frente”.
A literatura vai andando de mãos dadas com a vida. Quanto melhor leitor, melhor escritor, afirma Rui Zink. “A vida é como um mau romance. Sabemos o início e o fim, o misterioso é o que acontece pelo meio”.

Humorista ou primeiro-ministro?
Com um dos jovens presentes a questionar a credibilidade de um humorista, Ricardo Araújo Pereira dá exemplos de políticos com sucesso. “Em várias partes do mundo estão a ser eleitos comediantes. E as pessoas acham isto incrível, até parece que os engenheiros fizeram um bom trabalho. Eu nem sei qual é a profissão de Pedro Passos Coelho [primeiro-ministro português]”.
O humorista lembra que no Brasil o palhaço Tiririca foi eleito deputado, com mais 1,3 milhões de votos. “O nosso sistema político é de tal forma abjecto que as pessoas votam na abjecção total”. Em Portugal, “sei que existe um grupo de facebook que diz que eu devia ser primeiro-ministro. Sou tanto ou tão pouco credível…”. No entanto, Ricardo Araújo Pereira descarta intenções políticas de uma assentada. “A minha ambição é ser humorista. Não aceito ser despromovido a primeiro-ministro”. Na verdade, “tenho mais credibilidade do que pareço, a não ser em casa, perante as minhas filhas”.
Um pequeno, intrigado com tudo o que viu, questionou ainda: “tirando escrever e contar piadas, o que faz de bem?”. Ricardo Araújo Pereira susteve a respiração e respondeu com um sorriso: “Não há nada em que seja de facto notável. Sou muito bom a ver o Benfica. Sou o melhor do mundo”
(in JTM)

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Not so “great, glorious and correct”

1. There’s one tragic episode that illustrates - in a puzzling way - the lack of humanity of those who follow insane orders without questioning them. It occurred during the Second World War in the French village of Oradour-sur-Glane, in June 1944. Having received information that a SS commander was being held by the French Resistance in Oradour-sur-Vayres, the SS mistook it for nearby Oradour-sur-Glane, which was sealed off.
Ernst-Günther Schenck, a doctor and SS member, wrote a memoir detailing the gruesome episode in which the entire village was decimated: “The peak of horror is not reached by the fact that, as an act of revenge, a whole town has been reduced to ashes. The entire male population shot and all women and children locked up and burned in the church. If such a thing had been done in a delirium of hatred, aroused by a savage fight, it would have been gruesome enough, but somehow humanly understandable… But the ‘Elite Guards’ who had received this order carried it out with utter calmness and placidity. They assembled the women and children with pronounced kindness. The mothers were moved by so much tender care on the part of these dreaded men who were hugging the children, playing and joking with them, taking them gently into their arms, and placing them carefully into the perambulators. Their behavior was such that the mothers followed them confidently into the church as if they all went to some feast of atonement. After all the women and children had gathered in the church, the doors were closed and the mass murder began.” 
Ernst-Günther Schenck goes on to explain his interpretation of the criminals’ modus operandi: “I am convinced that these ‘Elite Guards’ did not feel the slightest shade of hatred against the French children when they held them in their arms. Some of them, in this moment, might even have though of home and might have toyed with the idea of fondling their own child. And I am equally convinced that, if a counter order had arrived they would have continued to play daddy… But, befehl ist befehl [and order is an order]. What kind of human beings are these?”

2. Confucianism teaches the concept of “filial piety,” meaning the respect for age, seniority and hierarchy. This concept has many virtues if used with compassion and kindness. But it also can lead to political aberrations, like the North Korean regime.
“An order is an order”… I though about that concept when trying to imagine what was going through the plainclothes Judiciary Police (PJ) agents when they tried to grab a petition from the hand of a reporter who was wearing a journalist’s pass during Wu Bangguo’s visit.
Of course there are explicit and implicit orders, and it’s obvious that the local authorities did all they could to make the National People’s Congress Standing Committee Chairman’s visit to Macau a perfect one. We can’t say for now that there was an explicit order to intimidate the reporters. But the nonsensical decision of trying to seize news materials from journalists (besides shouting at them and even blocking their cameras with hands and damaging material) is illegal (the Basic Law protects the freedom of the press) and sets a dangerous precedent.
The PJ has another version of the facts, which I quote: “In response to some journalists who complained that our agents have tried to take away some pamphlets that were in their possession, our initial examination shows it’s possibly a misunderstanding on the part of our staff.”
Let’s hope it was just a misunderstanding; but the harm is done. Wu Bangguo’s visit was tainted by an incident which got out of proportion because the police zealously shot itself in the foot. Thus the visit ended not being so “great, glorious and correct.
(in MDT)

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10.3.13

(NOTÍCIA do Público) Manuel Vicente, conhecido como o “arquitecto de Macau”, morreu na manhã deste sábado aos 78 anos. O arquitecto, que sofria de um cancro no estômago, estava internado no Hospital dos Capuchos, em Lisboa, há cerca de uma semana.
Figura de destaque em Macau, onde viveu muito tempo e desenvolveu grande parte do seu trabalho, Manuel Vicente não resistiu à doença, como confirmou ao PÚBLICO o arquitecto Manuel Graça Dias.
Responsável por obras como o conjunto habitacional Fai Chi Kei, que lhe valeu a Medalha de Ouro da ARCASIA, ou a Casa dos Bicos, onde recentemente voltou a trabalhar na reconstrução e adaptação para a Fundação José Saramago, Manuel Vicente nem sempre foi um homem consensual, lembra Graça Dias. “Ele não tinha medo de enfrentar as pessoas, acreditava até que o conflito podia resolver as coisas, e isso impedia que se gerasse uma grande simpatia à sua volta, as pessoas afastavam-se”, diz Graça Dias, para quem o amigo com esta postura pôs as pessoas a pensar. “E isso é uma qualidade.”
Ao longo da sua carreira trabalhou com nomes conhecidos da arquitectura portuguesa como Nuno Teotónio Pereira, Conceição Silva, Chorão Ramalho ou Fernando Távora, mas foi longe de Portugal que Manuel Vicente desenvolveu mais trabalho. “Deixa-nos uma obra notável, com destaque para o que fez em Macau, onde não se importou de trabalhar às vezes sem as condições ideias”, acrescenta Graça Dias, destacando o gosto de Manuel Vicente pelas coisas menos óbvias. “A forma como criava, o seu gosto pela relação da arquitectura com as cidades. Manuel Vicente deixa-nos, acima de tudo, perspectivas.”
Em 1987 recebeu o Prémio AICA/MC (Associação Internacional de Críticos de Arte/Ministério da Cultura), que todos os anos distingue um nome consagrado na área das Artes Visuais e outro na área da Arquitectura. No entanto, nem este reconhecimento gerou consenso no meio. “A sua obra foi sempre mal amada e mal conhecida”, diz Graça Dias, para quem o trabalho de Manuel Vicente não era para o “gosto corrente”.
Formado na Escola de Belas Artes de Lisboa, Manuel Vicente prosseguiu depois os estudos nos Estados Unidos, na Universidade da Pensilvânia, ao lado de Louis Khan. Professor de arquitectura desde 1970, Manuel Vicente foi ainda membro da Comissão Instaladora da Associação de Arquitectos Portugueses e, mais recentemente, foi vice-presidente da Ordem dos Arquitectos, entre 2002 e 2007.
Em 1994 recebeu o Prémio da Associação de Arquitectos de Macau e em 1998 foi agraciado pelo então Presidente da República Jorge Sampaio com o grau de Grande Oficial da Ordem de Mérito.
“Neste momento lembro-me da sua personalidade, a sua alegria e a forma como se interessava por coisas aparentemente menores, influenciou muitos alunos e amigos”, conclui Graça Dias.
O corpo do arquitecto vai estar em câmara ardente na Capela do Rato, em Lisboa. No domingo é celebrada uma missa às 18h, estando marcada a cerimónia de cremação para segunda-feira no Cemitério do Alto de São João, às 10h.
Sobre a sua obra em Macau:




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8.3.13

, nesta boa reportagem do NYT, uma conclusão aterradora:
"In Berlin alone, researchers have documented some 3,000 camps and so-called Jew houses, while Hamburg held 1,300 sites.
Dr. Dean, a co-researcher, said the findings left no doubt in his mind that many German citizens, despite the frequent claims of ignorance after the war, must have known about the widespread existence of the Nazi camps at the time.
“You literally could not go anywhere in Germany without running into forced labor camps, P.O.W. camps, concentration camps,” he said. “They were everywhere.”

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3.3.13

e agora?

"QUE força é essa, amigo
que força é essa, amigo
que te põe de bem com outros
e de mal contigo?"




Que se lixe a troika - e agora?
Henrique Monteiro
9:30 Domingo, 3 de março de 2013

Que se lixe a troika - e agora?



Henrique Monteiro
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-->
Como se previa a manifestação foi grande e mobilizou muita gente em muitos locais do país. Discutir números não interessa, embora o afã da organização em afirmar que só em Lisboa estiveram 800 mil pessoas seja ridículo e apenas sirva para esconder que, na capital, precisamente, a mobilização foi menor do que protestos anteriores.
Entendamo-nos: as manifs de ontem foram uma prova de força legítima e ordeira que o Governo e todos os agentes políticos têm de levar a sério e ter em conta. Porém, como se previa, faltou-lhe um propósito claro que fosse além da mera contestação ao que está. Faltou-lhe um rumo: E agora? A seguir, o quê? 
O consenso negativo ficou bem expresso. A "moção de censura popular" aprovada no final do cortejo considera o Governo ilegítimo e "obviamente demitido", mas não apela ao Presidente que o demita, nem exige que se realizem eleições.
É um diagnóstico sem terapêutica, porque qualquer terapêutica que siga os passos democráticos e constitucionais (da mesma Constituição que os manifestantes acusam o Presidente de desrespeitar) daria, com quase toda a certeza, nova maioria aos partidos que subscreveram o memorando da troika. Só que "o domínio da troika sobre o povo" é outro dos aspetos que a moção condena.
Temos, pois, como resultado apenas uma constatação: as pessoas estão furiosas com o Governo. Indignadas, revoltadas. Muitas já não acreditam no sistema democrático; nenhumas parecem saber o que fazer efetivamente.
Para o impasse criado no país não há, de facto, uma solução simples. Quando se sabe que um ex-presidente do BCP tem a desfaçatez de ser líder dos Reformados Indignados está tudo dito. Somos todos indignados, estamos todos a perder dinheiro, regalias, bem estar e muitos chegaram ao desemprego e à miséria. Mas isto continua apenas a ser um diagnóstico e até agora ainda ninguém me convenceu de uma receita alternativa que não passe por negociar com a troika, não para a expulsar do país e terminar a austeridade como se ouviu na rua, mas apenas para minorar os efeitos deste calvário em que se tornou a vida em Portugal
É pouco? Talvez, mas é o possível. 



Como se previa a manifestação foi grande e mobilizou muita gente em muitos locais do país. Discutir números não interessa, embora o afã da organização em afirmar que só em Lisboa estiveram 800 mil pessoas seja ridículo e apenas sirva para esconder que, na capital, precisamente, a mobilização foi menor do que protestos anteriores.
Entendamo-nos: as manifs de ontem foram uma prova de força legítima e ordeira que o Governo e todos os agentes políticos têm de levar a sério e ter em conta. Porém, como se previa, faltou-lhe um propósito claro que fosse além da mera contestação ao que está. Faltou-lhe um rumo: E agora? A seguir, o quê? 
O consenso negativo ficou bem expresso. A "moção de censura popular" aprovada no final do cortejo considera o Governo ilegítimo e "obviamente demitido", mas não apela ao Presidente que o demita, nem exige que se realizem eleições.
É um diagnóstico sem terapêutica, porque qualquer terapêutica que siga os passos democráticos e constitucionais (da mesma Constituição que os manifestantes acusam o Presidente de desrespeitar) daria, com quase toda a certeza, nova maioria aos partidos que subscreveram o memorando da troika. Só que "o domínio da troika sobre o povo" é outro dos aspetos que a moção condena.
Temos, pois, como resultado apenas uma constatação: as pessoas estão furiosas com o Governo. Indignadas, revoltadas. Muitas já não acreditam no sistema democrático; nenhumas parecem saber o que fazer efetivamente.
Para o impasse criado no país não há, de facto, uma solução simples. Quando se sabe que um ex-presidente do BCP tem a desfaçatez de ser líder dos Reformados Indignados está tudo dito. Somos todos indignados, estamos todos a perder dinheiro, regalias, bem estar e muitos chegaram ao desemprego e à miséria. Mas isto continua apenas a ser um diagnóstico e até agora ainda ninguém me convenceu de uma receita alternativa que não passe por negociar com a troika, não para a expulsar do país e terminar a austeridade como se ouviu na rua, mas apenas para minorar os efeitos deste calvário em que se tornou a vida em Portugal
É pouco? Talvez, mas é o possível. 
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Como se previa a manifestação foi grande e mobilizou muita gente em muitos locais do país. Discutir números não interessa, embora o afã da organização em afirmar que só em Lisboa estiveram 800 mil pessoas seja ridículo e apenas sirva para esconder que, na capital, precisamente, a mobilização foi menor do que protestos anteriores.
Entendamo-nos: as manifs de ontem foram uma prova de força legítima e ordeira que o Governo e todos os agentes políticos têm de levar a sério e ter em conta. Porém, como se previa, faltou-lhe um propósito claro que fosse além da mera contestação ao que está. Faltou-lhe um rumo: E agora? A seguir, o quê? 
O consenso negativo ficou bem expresso. A "moção de censura popular" aprovada no final do cortejo considera o Governo ilegítimo e "obviamente demitido", mas não apela ao Presidente que o demita, nem exige que se realizem eleições.
É um diagnóstico sem terapêutica, porque qualquer terapêutica que siga os passos democráticos e constitucionais (da mesma Constituição que os manifestantes acusam o Presidente de desrespeitar) daria, com quase toda a certeza, nova maioria aos partidos que subscreveram o memorando da troika. Só que "o domínio da troika sobre o povo" é outro dos aspetos que a moção condena.
Temos, pois, como resultado apenas uma constatação: as pessoas estão furiosas com o Governo. Indignadas, revoltadas. Muitas já não acreditam no sistema democrático; nenhumas parecem saber o que fazer efetivamente.
Para o impasse criado no país não há, de facto, uma solução simples. Quando se sabe que um ex-presidente do BCP tem a desfaçatez de ser líder dos Reformados Indignados está tudo dito. Somos todos indignados, estamos todos a perder dinheiro, regalias, bem estar e muitos chegaram ao desemprego e à miséria. Mas isto continua apenas a ser um diagnóstico e até agora ainda ninguém me convenceu de uma receita alternativa que não passe por negociar com a troika, não para a expulsar do país e terminar a austeridade como se ouviu na rua, mas apenas para minorar os efeitos deste calvário em que se tornou a vida em Portugal
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Como se previa a manifestação foi grande e mobilizou muita gente em muitos locais do país. Discutir números não interessa, embora o afã da organização em afirmar que só em Lisboa estiveram 800 mil pessoas seja ridículo e apenas sirva para esconder que, na capital, precisamente, a mobilização foi menor do que protestos anteriores.
Entendamo-nos: as manifs de ontem foram uma prova de força legítima e ordeira que o Governo e todos os agentes políticos têm de levar a sério e ter em conta. Porém, como se previa, faltou-lhe um propósito claro que fosse além da mera contestação ao que está. Faltou-lhe um rumo: E agora? A seguir, o quê? 
O consenso negativo ficou bem expresso. A "moção de censura popular" aprovada no final do cortejo considera o Governo ilegítimo e "obviamente demitido", mas não apela ao Presidente que o demita, nem exige que se realizem eleições.
É um diagnóstico sem terapêutica, porque qualquer terapêutica que siga os passos democráticos e constitucionais (da mesma Constituição que os manifestantes acusam o Presidente de desrespeitar) daria, com quase toda a certeza, nova maioria aos partidos que subscreveram o memorando da troika. Só que "o domínio da troika sobre o povo" é outro dos aspetos que a moção condena.
Temos, pois, como resultado apenas uma constatação: as pessoas estão furiosas com o Governo. Indignadas, revoltadas. Muitas já não acreditam no sistema democrático; nenhumas parecem saber o que fazer efetivamente.
Para o impasse criado no país não há, de facto, uma solução simples. Quando se sabe que um ex-presidente do BCP tem a desfaçatez de ser líder dos Reformados Indignados está tudo dito. Somos todos indignados, estamos todos a perder dinheiro, regalias, bem estar e muitos chegaram ao desemprego e à miséria. Mas isto continua apenas a ser um diagnóstico e até agora ainda ninguém me convenceu de uma receita alternativa que não passe por negociar com a troika, não para a expulsar do país e terminar a austeridade como se ouviu na rua, mas apenas para minorar os efeitos deste calvário em que se tornou a vida em Portugal
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1.3.13


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