22.8.12

CARTOONISTA Rodrigo de Matos põe Macau a pensar com "Humorália"

22 de Agosto de 2012, 00:30

Macau, China, 21 ago (Lusa) - O cartoonista português Rodrigo de Matos apresenta, a partir de quarta-feira, a sua primeira exposição individual em Macau intitulada "Humorália", na qual interpreta, através do humor, os "temas fortes e universais" da atualidade dos últimos dois anos.
A mostra inclui 50 trabalhos selecionados entre um acervo de mais de mil desenhos editoriais produzidos para o semanário português "Expresso" e para o jornal de Macau "Ponto Final", e abrange temas tão variados como a economia, o ambiente, saúde, educação ou tecnologia.
"A política está presente em todos os meus trabalhos, mas resolvi deixar de fora os cartoons em que a política era o tema central e optar por uma outra abordagem", disse à agência Lusa Rodrigo de Matos, ao explicar que a mostra "fala" dos problemas da Europa, do mundo e também de Macau.
Entre os trabalhos selecionados "haverá um ou outro 'cartoon' diretamente ligado a Portugal", admitiu, "mas o resto é ligado a Portugal enquanto país da União Europeia e país ocidental, e é a visão dos acontecimentos globais".
"Temos aqui cartoons que fazem sentido em Macau, sobre a atualidade em Macau, e cartoons sobre o mundo como ele é visto aqui. A maior parte foram feitos para o site do Expresso, mas são temas universais sobre aquilo que é a realidade internacional", concretizou.
Desde 2009 a viver em Macau, onde no ano seguinte se fez colaborador regular do jornal "Ponto Final", Rodrigo de Matos explicou à Lusa que o grande desafio "era tentar que a distância não atrapalhasse" a interpretação "da realidade por lá" [Portugal].
"Este casamento da cultura oriental com a ocidental ajudou-me a crescer como pessoa e a ter uma visão mais global do que a que eu já tinha", adiantou.
Rodrigo de Matos nasceu em Angola, viveu 15 anos no Brasil, formou-se em jornalismo em Coimbra, mas, ao cabo de seis anos a exercer a profissão em jornais como o "Público" e "Correio da Manhã", precisou de "explorar outra linguagem" e foi para Madrid estudar ilustração editorial.
"Foi essencial, foi o meu ABC da maneira correta e profissional de me exprimir artisticamente", resumiu.
Aos 37 anos, o artista residente em Macau confessa que "quase todas as secções dos jornais, do desporto à economia, já foram alvo de um cartoon" seu, e que hoje em dia está sobretudo interessado no debate sobre os "limites do humor e da liberdade de imprensa".
"Tenho aqui cartoons sobre temas fortes como o tsunami no Japão, a fome, o terrorismo, a guerra. E muita gente questiona-me se é válido fazer humor com coisas que fazem tanta gente sofrer. Mas será que fazer rir é desrespeitar o assunto ou uma forma de chamar a atenção para que se fale e se reflita sobre essas questões?", questionou.
A mostra de cartoons editoriais decorre no Albergue da Santa Casa da Misericórdia em Macau, no Bairro de São Lázaro, um dos que mantêm a traça colonial portuguesa, até 23 de setembro.
FV.
Lusa/ fim

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