O cego do amor
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O cego vai à casa da donzela, sua amada,
E, sem perder tempo, diz a ela à entrada:
E diz o cego:
— Donzela, abre a porta
Ao cego perdido;
Deita-me um lenço,
Que venho ferido.
E diz a donzela:
— Se tu vens ferido,
Venhas, embora;
A porta eu não abro,
Não dou lenço agora.
Venha, minha mãe,
Venha cá ouvir,
Um cego tão belo
Cantar e pedir.
A mãe vê aqui uma oportunidade
Para educar a filha na caridade.
— Se ele canta e pede,
Dá-lhe pão e vinho,
E ao pobre cego
Ensina o caminho.
E diz o cego:
— Eu não tenho sede,
Nem quero beber;
Preciso de guia
Pra não me perder.
E a mãe insiste:
— Oh! Vai, minha filha,
Pega na meada
E ao pobre cego,
Ensina a estrada.
A filha, resignada,
Decide guiar o cego pela estrada.
E diz a filha:
— Adeus, minha aldeia,
Tão querida e amada;
Adeus minha mãe,
Vou ser desgraçada.
E diz o cego:
— Por Deus, ó donzela,
Não vertas o pranto;
Segue o pobre cego,
Que te ama tanto.
Aqui a donzela usou de argumento,
para saber se era amor verdadeiro,
ou apenas atrevimento.
E diz a donzela:
— Dizes que me amas,
Não o posso crer,
Pois sendo tu cego,
Como me hás-de ver?
E diz o cego:
— Com os olhos da alma
Por Deus, Nosso Senhor,
Segue e acompanha
O cego de amor.
E foram os dois.
Seguiram os dois
Pela estrada adiante,
Sem querer descansar
Sequer um instante.
Depois disse o cego:
— Queres ser minha amada?
— Sim! — Disse a donzela,
Meio atrapalhada.
Passados oito dias,
(Oh! Que esplendor!)
Casou-se a donzela
Com o cego de amor.
Prolepse - Cego de Amor (teste) (2010)
O cego vai à casa da donzela, sua amada,
E, sem perder tempo, diz a ela à entrada:
E diz o cego:
— Donzela, abre a porta
Ao cego perdido;
Deita-me um lenço,
Que venho ferido.
E diz a donzela:
— Se tu vens ferido,
Venhas, embora;
A porta eu não abro,
Não dou lenço agora.
Venha, minha mãe,
Venha cá ouvir,
Um cego tão belo
Cantar e pedir.
A mãe vê aqui uma oportunidade
Para educar a filha na caridade.
— Se ele canta e pede,
Dá-lhe pão e vinho,
E ao pobre cego
Ensina o caminho.
E diz o cego:
— Eu não tenho sede,
Nem quero beber;
Preciso de guia
Pra não me perder.
E a mãe insiste:
— Oh! Vai, minha filha,
Pega na meada
E ao pobre cego,
Ensina a estrada.
A filha, resignada,
Decide guiar o cego pela estrada.
E diz a filha:
— Adeus, minha aldeia,
Tão querida e amada;
Adeus minha mãe,
Vou ser desgraçada.
E diz o cego:
— Por Deus, ó donzela,
Não vertas o pranto;
Segue o pobre cego,
Que te ama tanto.
Aqui a donzela usou de argumento,
para saber se era amor verdadeiro,
ou apenas atrevimento.
E diz a donzela:
— Dizes que me amas,
Não o posso crer,
Pois sendo tu cego,
Como me hás-de ver?
E diz o cego:
— Com os olhos da alma
Por Deus, Nosso Senhor,
Segue e acompanha
O cego de amor.
E foram os dois.
Seguiram os dois
Pela estrada adiante,
Sem querer descansar
Sequer um instante.
Depois disse o cego:
— Queres ser minha amada?
— Sim! — Disse a donzela,
Meio atrapalhada.
Passados oito dias,
(Oh! Que esplendor!)
Casou-se a donzela
Com o cego de amor.
Prolepse - Cego de Amor (teste) (2010)
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