31.8.10

NO local onde sucedeu a tragédia, ontem regressou o fogo, mas foi de artifício, oriundo do espectáculo marinho “Aquática” que se desenrola por detrás das bancadas de “Quirino Grandstand”. Nos megafones, uma voz grandiloquente anunciava: “O espectáculo está prestes a começar, senhoras e senhores, apresentando a sereia do mar.”
Onde o autocarro se imobilizou encontravam-se ontem alguns vendedores de aspecto miserável que, com os seus carrinhos de mão, tentavam tirar partido da nova e sinistra atracção turística - onde muitos posam em fotografias de mau gosto -, para vender fruta e petiscos, mesmo ao lado das coroas de flores. Os taxistas aguardam pelos turistas e outros propõem passeios em charrete. Os homens protegem-se do sol deitados nas ditas bancadas, numa letargia que se prolonga por horas. Um menino com cara de quem está esfomeado persegue-nos de mão estendida. Perguntamos qual é o seu nome. “Drai. Give me money” – responde, com timidez. Há muitas outras tragédias nas Filipinas.

Penso que terei sido o único jornalista português a fazer a cobertura jornalística 'in loco' das sequelas causadas pelo sequestro de um autocarro em Manila e consequente morte de nove pessoas. A reportagem principal está aqui e aqui está o que escreveram os jornais em inglês de Manila.

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27.8.10

EM Manila, fazendo a cobertura jornalística do sequestro do autocarro em Quirino Grandstand. Espreitem no JTM os textos e as fotos.

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23.8.10

"Macao" (1952)

IN the toughest spot on earth;)

Num fim de tarde de Verão, passado na minha sereníssima Figueira da Foz, assisti ao filme "Macao", de Josef von Sternberg, com mão de Nicholas Ray, improvavelmente exibido numa sessão de cinema do Centro de Artes e Espectáculos. Realizado em 1952, o filme mostra como em meados do século os visitantes chegavam a Macau vindos de Hong Kong, acolhidos no Porto Interior (na zona da actual Ponte 16) e tendo como porta de entrada a Avenida Almeida Ribeiro (a San Ma Lou), ainda hoje cheia de néons e de casas de arquitectura colonial.
Exemplar do "film noir" - sem que faltem a mulher fatal (Jane Russell), o herói vagabundo de ocasião (Robert Mitchum) e o mafioso (William Bendix) -, o filme mostra uma cidade viciosa, povoada por personagens marginais.
Os diálogos são de uma qualidade suprema, e de uma inteligência que já não se usa no cinema de hoje. Eis alguns, que registei no meu bloco de notas, transcritos por meio de uma tradução simultânea para o português e em inglês:

"Em Macau, tudo é um jogo. Boa sorte."

"- Quanto tempo conta ficar em Macau?
- Não sei, depende de uma certa senhora. A senhora sorte." [Lady Luck]

"- This lady comes to grace the dull existence of Macao."

"- I heard that all roads lead to Macao, but why did you want to come hear?"

"- How much can you pay? [pergunta a cantora ao dono do casino]
- 100
- For 150 I sing much better."

"- Toda a gente está preocupada, arrependida, à procura de algo.
- Você também?
- Claro."

"- Não se ganham dólares desonestos deitado na cama."

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19.8.10


A MOJO editada pelo Tom Waits! E com um disco com temas escolhidos por ele? Isto é uma edição de luxo! Saiu em Julho e só agora soube da sua existência. Há alguém que me arranje um exemplar? Ficaria eternamente grato.

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18.8.10

pensamento do dia




PENSA
nisto: se calhar, os pobres são melhores pessoas

16.8.10

Briosa, you will never walk alone!


VIRAM este golo de classe Maradona? Resistir sempre, mesmo que seja contra tudo e contra todos (contra o campeão em título, contra os orçamentos desproporcionais, contra o ambiente da Luz, contra o árbitro e expulsões a pedido) A Associação Académica é mais do que um mero clube desportivo ou uma agremiação de Coimbra. A Associação Académica, como eu a vejo, representa uma ética: a ética da camaradagem e do "fair play". Briosa, you will never walk alone!


Este vídeo não faz jus ao golo, que é de classe Maradona, porque a jogada começa lá atrás, na grande área, com Júnior Paraíba, acabado de entrar em campo e cheio de força, que corre todo o meio campo defensivo da académica, contorna alguns adversários, descrentes de que o seu esforço chegasse a algum lado e depois, junto à linha de meio campo, passa subtilmente para Laionel, que encara a baliza e encaixa na perfeição um chapéu, a mais de 30 metros. A bola ainda bateu no poste e ficou a pingar junto à linha. Foi sublime.

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EIS uma reportagem fantasticamente bem escrita. Bate tudo certo, de tal forma que até parece ficção. Até lá está o canteiro onde se lê que "às mulheres não se bate nem com uma rosa", após a descrição das mais variadas atrocidades. Juárez, "a cidade mais violenta do mundo", fica nos escolhos do capitalismo, na selvajaria. O mundo explicado como se fosse simples, pela Alexandra Lucas Coelho (que, em tempos recuados, foi minha professora de rádio em Coimbra). Encontrar a matéria-prima que a jornalista viu naquela cidade mexicana é o sonho de qualquer repórter.

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13.8.10

Pensamento do dia

HOJE estamos neste hemiciclo e temos que tomar decisões.

11.8.10

ASSIM foi a festa no belo anfiteatro natural de Paredes de Coura. Uma fotoreportagem de Paulo Pimenta, para o Público.

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10.8.10


O meu amigo António Falcão publicou hoje um artigo muito interessante sobre o jornalista de viagens Gonçalo Cadilhe, que esteve (está?) em Macau. A ver no novo site do HM, aqui.

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3.8.10

Pensamento do dia

"C'mon baby, a ver se me comes, pá!"
Em Macau: Em Lisboa:
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