23.11.09

Rescaldo do GP de Macau






AOS 47 anos, Gabriele Tarquini tornou-se ontem no campeão mundial mais velho das competições organizadas pela Federação Internacional Automóvel (FIA), batendo um recorde que anteriormente pertencia ao mítico pentacampeão mundial argentino Juan Manuel Fangio. O italiano sagrou-se na RAEM campeão do Mundo no Campeonato do Mundo de Carros de Turismo da FIA (WTCC), ao conquistar 127 pontos, mais quatro que o seu companheiro de equipa Yvan Muller.
A idade foi, no entanto, um factor desvalorizado por Tarquini, que, fazendo um balanço da época, referiu que “talvez a experiência valha, mas foi uma época muito dura, enfrentando competição cerrada por parte do Yvan e do Augusto Farfus”. E chegou mesmo a brincar com o facto de estar próximo de chegar aos cinquenta anos. Quando um jornalista lhe perguntou-lhe se pretende agora juntar-se à equipa da Ferrari na Fórmula 1, o ex-piloto de Fórmula 1 retorquiu que “talvez seja demasiado novo para conduzir” naquela disciplina do automobilismo.
A boa disposição, em jeito de fim-de-época, reinava na sala de imprensa, com o italiano a confessar que este “foi o seu primeiro fim-de-semana bom” na pista de Macau, que considerou de “muito difícil”. “Em ocasiões anteriores, tinha ido quatro vezes ao hospital”, gracejou. Mas mesmo esta participação começou atribulada, com uma batida e uma nova ida ao hospital para uma análise física de rotina. Motivo para elogios do novo campeão aos mecânicos da SEAT, que “foram fantásticos e reconstruíram o carro” e à própria marca espanhola, que “se tornou na equipa a bater”.
Yvan Muller, que chegou a Macau com boas hipóteses para reter o seu título mundial, era um piloto conformado “Tentei fazer o meu melhor, infelizmente não conteceu, mas Tarquini é um bom competidor, há muito respeito entre nós e ele é um bom campeão do mundo”.
Referindo-se à interrupção a 3 voltas do fim, causada por um aparatoso acidente que envolveu o carro do piloto de Macau André Couto, Muller declarou que as voltas que ficaram por correr poderiam ter feito a diferença: “Claro que prejudicou, em 2007 gostaria de ter três voltas a menos também [quando Muller perdeu o título para o BMW de Andy Priaulx, também em Macau, devido a uma falha na válvula de combustível que aconteceu quando liderava, na última volta da corrida]. Não se sabe o que iria acontecer, ele poderia ter batido, ou eu, não se sabe nem vale a pena pensar nisso. Ele é campeão, eu fiquei em segundo, a Seat é campeã, o que é perfeito”, afirmou.

Ganhar mais não chega

Fazendo as contas findo o campeonato, o brasileiro Augusto Farfus, da BMW, foi o piloto que obteve mais vitórias no campeonato (6), mas revelou alguma falta de consistência ao longo da época. “Não me importava de dar as minhas vitórias ao Tarquini e ser eu o campeão mundial, ironizou após ter ganho a última das duas corridas de Macau. “Não fomos sempre o carro mais rápido na pista ao longo da época, houve oscilações”, declarou, lamentando que o objectivo de levar a BMW ao título de construtores não tenha sido alcançado.
O holandês Tom Coronel repetiu o título do ano passado no troféu Independent´s (uma subcategoria para carros que não são de fábrica), o que considerou ser a conquista de “desafio muito difícil, com competição cerrada por parte de Félix Portero”, que ganhou a segunda corrida, mas teve que ir visitar o hospital, após o aparatoso acidente da última volta. “Terminámos todas as corridas, às vezes nos primeiros lugares, fomos regulares”, resumiu o líder da equipa Sunred Engineering, que conduz um Seat Léon.

Monteiro em nono

O português Tiago Monteiro, que ontem ainda rodou em segundo lugar na primeira manga e podia ter subido ao pódio, fechou o campeonato com 44 pontos, no nono lugar, fruto da estratégia da Seat, que desenhou uma prova para ganhar não só o campeonato de pilotos como também o de construtores. Para o piloto, a prova de Macau “foi a melhor corrida do ano, com o comportamento do carro a revelar-se bom, especialmente nos arranques. Monteiro confessou que não teve preferência na luta pelo título entre os “amigos Mulller e Tarquini e afirmou-se satisfeito por conseguir estar na equipa campeã, onde, no entanto, teve “que se resignar ao papel de ajudar o colectivo”.
Para a próxima época, o português não sabe ainda o que vai fazer estando dependente da decisão da SEAT continuar ou não no WTCC. “O mais provável é não continuarem mas ainda está tudo em aberto”, disse Tiago Monteiro, que tem “outras opções” para a sua carreira. “Para o ano, tudo está em aberto, quero competir numa equipa profissional e competitiva”, declarou
Já André Couto explicou que um problema mecânico na primeira corrida prejudicou os objectivos de lutar por um lugar no pódio entre as equipas independentes. O piloto de Macau disse ainda que foi impossível evitar o choque na segunda manga, já que os carros dos seus adversários estavam na linha de trajectória dos pilotos. Na próxima época, Couto deverá continuar a correr nos carros de Turismo no Japão, mas só mais tarde tomará uma decisão relativamente ao seu futuro.
No “paddock”, enquanto a maioria das equipas começava o trabalho de empacotamento de carros e peças de volta para os países de origem, na garagem, da SEAT o clima era de festa, graças ao pelo título de Tarquini e à consagração como equipa mais pontuada no campeonato mundial de construtores.







[texto e fotos: P.B., com excepção da primeira]

Etiquetas: ,

1 Comentários:

Anonymous Anónimo disse...

Who knows where to download XRumer 5.0 Palladium?
Help, please. All recommend this program to effectively advertise on the Internet, this is the best program!

24 de novembro de 2009 às 08:12  

Enviar um comentário

Subscrever Enviar feedback [Atom]

<< Página inicial

Em Macau: Em Lisboa:
www.flickr.com
This is a Flickr badge showing public photos and videos from BARBOSA BRIOSA. Make your own badge here.
Bookmark and Share