28.6.09

Escutas do CJ

OS colhões pra ir ao mar

[escritor/historiador]"Portugal é como aquele gajo que andou a foder pelo mundo fora e que não se responsabiliza pelos seus filhos, que os abandona. Não temos noção do património cultural que espalhámos pelo mundo. É que nós não fomos como os outros, nós fizemos uma miscigenação e criámos o mulato, nós civilizámos. Nós misturámo-nos, os outros não, foram apenas impor os seus valores, chacinar se fosse preciso e fazer negócio. Foda-se, andamos agora de perna aberta para a Europa e eles tratam-nos como se fossemos uns atrasados, quando fomos nós os primeiros a dar o mundo à Europa, fomos nós que tivemos os colhões para nos fazermos ao mar, fomos nós os primeiros a trazer riqueza para a Europa
[à parte do angolano]...não é de perna aberta, Portugal está de cu virado para a Europa, a ser enrabado à força toda
[escritor/historiador] é que Portugal, em vez de andar a pedir esmolas à Europa...
[à parte do angolano]...filhos da puta
[escritor/historiador]...devia aliar-se ao mundo que inventou na América, na Ásia, na África. Repito: foram os portugueses que tiveram os colhões para ir para o mar em cascas de noz e dobrar o adamastor. Tenho orgulho nessa merda."



Por outras palavras:

Os vossos, mores cousas atentando,

Novos mundos ao mundo irão mostrando.

«Fortalezas, cidades e altos muros

Por eles vereis, filha, edificados;

Os Turcos belacíssimos e duros

Deles sempre vereis desbaratados;

Os Reis da Índia, livres e seguros,

Vereis ao Rei potente sojugados,

E por eles, de tudo enfim senhores,

Serão dadas na terra leis milhores.

«Vereis este que agora, pressuroso,

Por tantos medos o Indo vai buscando,

Tremer dele Neptuno de medroso,

Sem vento suas águas encrespando.

Ó caso nunca visto e milagroso,

Que trema e ferva o mar, em calma estando!

Ó gente forte e de altos pensamentos,

Que também dela hão medo os Elementos!

«Vereis a terra que a água lhe tolhia,

Que inda há-de ser um porto mui decente,

Em que vão descansar da longa via

As naus que navegarem do Ocidente

Toda esta costa, enfim, que agora urdia

O mortífero engano, obediente

Lhe pagará tributos, conhecendo

Não poder resistir ao Luso horrendo.

Etiquetas:

0 Comentários:

Enviar um comentário

Subscrever Enviar feedback [Atom]

<< Página inicial

Em Macau: Em Lisboa:
www.flickr.com
This is a Flickr badge showing public photos and videos from BARBOSA BRIOSA. Make your own badge here.
Bookmark and Share