A menina que queria ser estrangeira
Se lhe perguntavam o que pretendia ser quando crescesse, a menina Mariana Palavra imaginava as mais diversas coisas. Queria pilotar aviões, ser bailarina, falar muitas línguas e escrever. E adorava o desporto. Para além de ballet, praticou a nível federado canoagem, basquetebol e voleibol.
Mas ninguém diria que a jovem de Ovar, em tempos tímida ao ponto de preferir supermercados a mercearias, para não ter que interagir com pessoas, se tornaria numa das caras que entram pelas caixinhas mágicas dos telespectadores de Macau todos os dias.
A poucos dias de mudar de vida e partir para a missão das Nações Unidas no Haiti, Mariana conta que o jornalismo a cativou pela visão romântica da profissão. “Para além de escrever sobre mundos diferentes e de fazer coisas novas todos os dias, teoricamente daria para viajar e para falar outras línguas.”
Foi com esse espírito um tanto ou quanto ingénuo que ingressou no curso de jornalismo da Universidade de Coimbra. No fim da época coimbrã, já mais desinibida, teve a oportunidade de fazer um estágio para a secção de internacional da RTP, em Lisboa. “Adorei aquele mundo e achei que devia tentar continuar. A paixão pela RTP foi tão grande que cheguei a aceitar ser insersora de caracteres naquela estação durante dois meses”, recorda. Perseguindo o sonho do jornalismo, Mariana transitou para a delegação da SIC no Algarve, onde esteve um ano. Foi então recrutada para colaborar em regime “free-lance” com o canal Euronews, mas pela mesma altura surgiu a possibilidade de ingressar na delegação do Algarve do jornal Correio da Manhã. “De manhã ia por vezes fazer uma assembleia municipal e à tarde podiam pedir-me para ir perguntar às pessoas o que é que achavam do último episódio do Big Brother”, conta. Se bem que “enriquecedor”, este exercício de jornalismo tablóide não era o que Mariana queria para o seu futuro.
E é nessa altura que, um pouco por acaso, surge Macau. Sabendo que havia colegas de Coimbra a fazer jornalismo em Macau, a jovem decidiu atirar o barro à parede, seduzida pela hipótese de viver no fora do país. “Ser estrangeira era outra das coisas que queira quando era criança; achava que ia gostar”. Enviou o seu currículo para a TDM e sete meses depois recebeu uma chamada telefónica que a trouxe para o Extremo Oriente.
E assim Mariana regressou ao meio televisivo, onde tinha iniciado carreira. Atribui o gosto pela caixinha mágica ao facto de não ser diferente da sua geração e de “ter um fascínio pela imagem e até por todo esse mundo um pouco cor de rosa e falso da TV”. De Macau, a jornalista pouco ou nada sabia. Recebida de braços abertos, chegou em Dezembro de 2002 e três meses depois estava a apresentar o seu primeiro telejornal. Remonta a essa altura a sua ligação à “Montra do Lilau”, um magazine de cultura e entretenimento que actualmente apresenta.
O bichinho de viajar manteve-se e mais recentemente começou querer conciliá-lo com a área da cooperação internacional, sobre a qual havia estudado em Coimbra, numa pós graduação sobre democratização e direitos humanos e depois num mestrado à distância. Inscreveu-se na base de dados das Nações Unidas (ONU) e recebeu uma proposta para trabalhar numa rádio ligada à missão de paz no Haiti. “Quando me disseram que era eu que ia, depois de uma entrevista colectiva em francês fiquei com as pernas a tremer Porque tinha um misto de sentimentos. Por um lado, é um sonho. Por outro, eu gosto tanto de Macau que sabia que me ia custar de sair daqui.” No Haiti, país de história conturbada, onde 80% da população vive abaixo do limiar de pobreza, Mariana vai coordenar uma equipa de sete jornalistas locais, que realiza programas de notícias de uma rádio falada em francês e em crioulo do Haiti. Terminada a missão no pais caribenho, Mariana Palavra espera que o seu futuro continue a passar pela cooperação internacional, de preferência conciliando-a com o jornalismo. “Dizem-me que isto vai ser bom para o currículo. Ora, eu quero que isto seja o currículo.”
P.B.
Mas ninguém diria que a jovem de Ovar, em tempos tímida ao ponto de preferir supermercados a mercearias, para não ter que interagir com pessoas, se tornaria numa das caras que entram pelas caixinhas mágicas dos telespectadores de Macau todos os dias.
A poucos dias de mudar de vida e partir para a missão das Nações Unidas no Haiti, Mariana conta que o jornalismo a cativou pela visão romântica da profissão. “Para além de escrever sobre mundos diferentes e de fazer coisas novas todos os dias, teoricamente daria para viajar e para falar outras línguas.”
Foi com esse espírito um tanto ou quanto ingénuo que ingressou no curso de jornalismo da Universidade de Coimbra. No fim da época coimbrã, já mais desinibida, teve a oportunidade de fazer um estágio para a secção de internacional da RTP, em Lisboa. “Adorei aquele mundo e achei que devia tentar continuar. A paixão pela RTP foi tão grande que cheguei a aceitar ser insersora de caracteres naquela estação durante dois meses”, recorda. Perseguindo o sonho do jornalismo, Mariana transitou para a delegação da SIC no Algarve, onde esteve um ano. Foi então recrutada para colaborar em regime “free-lance” com o canal Euronews, mas pela mesma altura surgiu a possibilidade de ingressar na delegação do Algarve do jornal Correio da Manhã. “De manhã ia por vezes fazer uma assembleia municipal e à tarde podiam pedir-me para ir perguntar às pessoas o que é que achavam do último episódio do Big Brother”, conta. Se bem que “enriquecedor”, este exercício de jornalismo tablóide não era o que Mariana queria para o seu futuro.
E é nessa altura que, um pouco por acaso, surge Macau. Sabendo que havia colegas de Coimbra a fazer jornalismo em Macau, a jovem decidiu atirar o barro à parede, seduzida pela hipótese de viver no fora do país. “Ser estrangeira era outra das coisas que queira quando era criança; achava que ia gostar”. Enviou o seu currículo para a TDM e sete meses depois recebeu uma chamada telefónica que a trouxe para o Extremo Oriente.
E assim Mariana regressou ao meio televisivo, onde tinha iniciado carreira. Atribui o gosto pela caixinha mágica ao facto de não ser diferente da sua geração e de “ter um fascínio pela imagem e até por todo esse mundo um pouco cor de rosa e falso da TV”. De Macau, a jornalista pouco ou nada sabia. Recebida de braços abertos, chegou em Dezembro de 2002 e três meses depois estava a apresentar o seu primeiro telejornal. Remonta a essa altura a sua ligação à “Montra do Lilau”, um magazine de cultura e entretenimento que actualmente apresenta.
O bichinho de viajar manteve-se e mais recentemente começou querer conciliá-lo com a área da cooperação internacional, sobre a qual havia estudado em Coimbra, numa pós graduação sobre democratização e direitos humanos e depois num mestrado à distância. Inscreveu-se na base de dados das Nações Unidas (ONU) e recebeu uma proposta para trabalhar numa rádio ligada à missão de paz no Haiti. “Quando me disseram que era eu que ia, depois de uma entrevista colectiva em francês fiquei com as pernas a tremer Porque tinha um misto de sentimentos. Por um lado, é um sonho. Por outro, eu gosto tanto de Macau que sabia que me ia custar de sair daqui.” No Haiti, país de história conturbada, onde 80% da população vive abaixo do limiar de pobreza, Mariana vai coordenar uma equipa de sete jornalistas locais, que realiza programas de notícias de uma rádio falada em francês e em crioulo do Haiti. Terminada a missão no pais caribenho, Mariana Palavra espera que o seu futuro continue a passar pela cooperação internacional, de preferência conciliando-a com o jornalismo. “Dizem-me que isto vai ser bom para o currículo. Ora, eu quero que isto seja o currículo.”
P.B.
Etiquetas: Jornalismo, Macau, Pessoas
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