15.2.09

Trocar Londres por Macau

O alemão Sebastian Lueer vai descobrindo Macau através da lente da sua máquina fotográfica. Os tempos livres são passados a percorrer as partes velhas da cidade, procurando retratar os ambientes mais antigos e não turísticos.
Chegado há apenas três meses para trabalhar no departamento de design multimédia do Venetian-Sands, Sebastian não se arrepende de ter trocado a metrópole que é Londres, onde vivia, por Macau. Muito pelo contrário, esta foi uma mudança planeada e desejada na vida do designer de Hildesheim, uma pequena cidade do norte da Alemanha, próxima de Hanôver.
O designer já tinha visitado Macau em férias, muito antes de pensar em viver no território. Gostou da cidade e ficou a vontade de voltar para explorar um país com a dimensão da China. Oportunidade que se concretizou quando o macaense Miguel Khan, seu colega no curso de “Moving Image Design” do londrino Ravensbourne College, o convidou para vir para a RAEM. “Quis vir porque, em termos de trabalho é um desafio, estou a trabalhar num ambiente único. Em termos culturais, esta foi a possibilidade de experimentar algo de novo. Um pais e cultura diferentes”, recorda.
Comparando Londres com Macau, o jovem de 29 anos consegue ver as óbvias diferenças, mas também as mais subtis semelhanças. Por um lado, diz, Macau é mais descontraído do que a capital inglesa: “Fornece às pessoas muitas oportunidades, até devido ao custo de vida mais baixo. Acaba por ser mais possível para as pessoas realizarem os seus projectos criativos. Numa cidade como Londres não se pode passar muito tempo debruçado num projecto que não renda dinheiro. Aqui também é preciso ganhar dinheiro, claro, mas é muito mais fácil cobrir as necessidades financeiras básicas do que seria em Londres”.
Mas, à semelhança do que acontece em Londres, elogia em Macau a diversidade cultural. “Londres é provavelmente mais diversa, mas ambas são cidades únicas, que juntam pessoas de todo o mundo”, considera.



O trabalho de Sebastian consiste em criar os conteúdos que são mostrados nos grandes ecrãs do Venetian, Sands e Plaza. Isto depois de três anos passados em Londres em diversas empresas de produção e pós-produção. Ali, chegou a ser responsável por todos os gráficos de um programa de televisão diário - o “This Morning”, duas horas ao vivo na ITV1 – concebeu títulos para programas televisivos e trabalhou em três dimensões, área da sua especialidade. Num domínio mais artístico, ele e dois amigos formaram a Motion Teller e colaboraram no grafismo dos Sancho Plan, um grupo que explora a interacção entre música e vídeo e o seu potencial para a criação de narrativas.
O alemão é o único não-macaense no seu departamento e salienta que o design multimédia “tem um imenso potencial” e suscita um interesse crescente. Por isso, faz votos para que, ao expor as pessoas a este género de trabalho, “se crie interesse nos jovens que vivem em Macau e que poderiam começar a pensar numa carreira nesta área”. Ainda mais porque, hoje em dia, graças à Internet, há muitas possibilidades de trabalho em qualquer área do mundo em que se esteja. “Se se conseguir produzir bom trabalho, este falará sempre por si e gerará interesse e sucesso”, destaca. No entanto, para atingir esse sucesso será necessário muito trabalho árduo, estudo constante e atenção a uma série de questões ao mesmo tempo: design gráfico, animação, cinema e aspectos técnicos. O que, de acordo com Sebastian Lueer, “faz com que o design multimédia seja uma área muito interessante, havendo imensas possibilidades para criar conteúdos”.
PB

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