21.1.09

"Primatas como nós"

Porto, 16 Jan (Lusa) - O secretário de Estado da Investigação Científica, Manuel Heitor, afirmou hoje, no Porto que, a nível do do trabalho científico, salvaguardadas as diferenças de escala, Portugal já ultrapassou a Itália e iguala Espanha.
O secretário de Estado falava na sessão de encerramento da cerimónia de entrega ao jornalista Carlos Vaz Marques, da TSF, do Prémio "Jornalismo Científico" da Fundação Ilídio Pinho, vencedor da segunda edição deste galardão com o trabalho "Dari, primata como nós".
A sessão foi presidida por Manuel Heitos em substituição do ministro dos Assuntos Parlamentares, Augusto Santos Silva, retido à última hora em Lisboa para participar no Conselho de Ministros convocado de urgência para debater o Plano de Estabilidade e Crescimento (PEC).
O secretário de Estado sublinhou a importância deste facto e felicitou a Fundação Ilídio Pinho pela instituição deste prémio, que dá a conhecer aos portugueses as conquistas dos seus cientistas.
Pelo trabalho vencedor, "Dari, Primata como nós", que foi escolhido por unanimidade, Carlos Vaz Marques recebeu uma escultura em prata e um prémio pecuniário no valor de 50 mil euros.
As florestas do Sul da Guiné-Bissau servem de pano de fundo ao trabalho vencedor, uma reportagem de campo em que o jornalista acompanha, no terreno, uma investigação científica relativa à vida de um grupo de primatas (chimpanzés).
O repórter conta a história em voz própria, através de entrevistas aos participantes e recorre ao ambiente sonoro da selva africana, o que dá ao trabalho algum dramatismo, que entusiasma e "puxa" o ouvinte para dentro da acção.
Uma entrevista à cientista que lidera o projecto contextualiza e dá sentido e profundidade à reportagem, "mostrando que a vida comunitária de uma tribo de macacos na floresta da Guiné-Bissau e a sociedade humana têm muito mais em comum do que possa parecer".
"Tenho especial gosto por receber um prémio por este trabalho, porque ele provocou uma pequena revolução filosófica dentro de mim, porque mostra quão perto que nós, humanos, estamos desses seres que são os chimpanzés", afirmou o Carlos Vaz Marques, no discurso de agradecimento.
O júri decidiu, ainda, atribuir duas menções honrosas, no valor de 5.000 euros cada, às jornalistas Teresa Firmino com um trabalho jornalístico sobre a "Extensão da plataforma continental portuguesa", publicado no jornal Público, e Helena Mendonça com a série de artigos "Os nossos neurónios" publicados na Notícias Magazine, revista conjunta do Diário de Notícias e Jornal de Notícias.
"Plataforma continental portuguesa" é um dossier jornalístico constituído por três artigos publicados por Teresa Firmino, a 5 de Agosto de 2007, sobre a investigação que lançou as bases científicas para a reclamação - e obtenção - de jurisdição, por parte de Portugal, de uma zona para além das 200 milhas náuticas da plataforma continental nacional.
Quanto a "Os nossos neurónios", de Helena Mendonça, constitui um conjunto de 52 reportagens de duas páginas, publicadas semanalmente, ao domingo, durante 2007. Cada um dos trabalhos foca uma investigação científica distinta, fazendo simultaneamente um retrato pessoal do investigador e da investigação desenvolvida.
A análise e selecção dos trabalhos couberam a um júri de cinco elementos, presidido por Júlio Pedrosa, antigo reitor da Universidade do Porto e actual presidente do Conselho Nacional de Educação (CNE).
Na sua alocução, Júlio Pedrosa destacou a "grande qualidade da maioria dos trabalhos apresentados", assim como o progresso verificado, tanto no número de candidaturas,como na sua qualidade, relativamente ao ano anterior.
Faziam parte do júri o cientista Alexandre Quintanilha, professor catedrático no Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS), António Borges, presidente do OVERGEST - Centro de Especialização em Gestão e Finanças do Instituto Superior de Ciências do Trabalho a da Empresa (ICSTE), Fernando Cascais, director do Centro Protocolar de Formação Profissional para Jornalistas (CENJOR) e o jornalista José Pimenta de França, vogal do Conselho Deontológico do Sindicato dos Jornalistas.
A Fundação Ilídio Pinho criou, em 2006, em parceria com o Sindicato dos Jornalistas, o primeiro dos prémios ao mérito e à excelência na área do Jornalismo Científico, com um valor de 50 mil euros, sendo, de longe, o mais elevado prémio de jornalismo em Portugal e um dos mais elevados da Europa.
O Prémio Fundação Ilídio Pinho "Jornalismo Científico" tem como objectivo fundamental estimular, incentivar e reconhecer trabalhos jornalísticos em língua portuguesa para a área da ciência, privilegiando aqueles que favoreçam a ligação entre a investigação e a inovação e desenvolvimento empresarial, levada a cabo pelas Universidades e Centros de Investigação.
Na primeira edição do prémio, o vencedor foi José Milheiro, também jornalista da TSF, com o trabalho "Selecção de Esperanças".
Nessa edição, à qual concorreram 15 trabalhos, foram igualmente atribuídas duas menções honrosas, uma para Cármen Inácio, com a reportagem "Geração Cientista", emitido na RTP 2, e a outra para Teresa Florença, com o trabalho "À descoberta dos nanomateriais", publicado na revista do Diário de Notícias do Funchal.
À edição de 2007 concorreram 25 trabalhos, divulgados pela Rádio, Televisão e Imprensa, versando temas muito diversos, desde as Ciências da Vida, Saúde e Robótica, entre outras.



PF.

Lusa/Fim

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