alguns conselhos de MEC quanto a assuntos gastronómicos e de restauração:
"NO Porto come-se 40 milhões de vezes melhor do que em Lisboa. E muita gente vai almoçar a casa. O portuenses têm a atitude certa: chegam e dizem 'quero isto, aquilo e mais não sei o quê'. Quando são mal servidos, resmungam e protestam. Se as pessoas querem coisas como deve ser, têm de ir ao Porto. Lisboa é muito cara para a merda que é."
"A geração da 'nutrição' é terrível! Por tradição, as pessoas não vão a um sítio comer porque é giro! O sítio bom, normalmente, é fora de mão. Fica a uns 30 quilómetros, no cu de Judas. É sujo, no meio de um descampado, mal amanhado, com um dono mal-criado. É onde se come muito bem e barato."
[fala-se então de tascos manhosos, onde convivem maridos divorciados, putas e desvalidos da vida, onde o vinho pede meças e o presunto é servido a rosnar para o cliente] "É bom sinal uma pessoa ser maltratada. É sinal de que é barato, bom e o gajo ganha pouco ou nada com o que te serve. Até agradeces."
"As coisas boas estão a desaparecer e ficam mais caras por causa de factores exteriores à comida - a decoração, a vista, o raio que o parta! Já ouvi dizer 'aí come-se mal, mas a vista é boa'. O verdadeiro português não quer saber das vistas. Interessa-lhe se as coisas são boas. E aí paga!"
"Há a mania de que a comida macrobiótica é aquela coisa das algas, da soja... Mas uma vez fui com o Pedro Ayres de Magalhães a uma conferência de um mestre japonês e ele dizia: 'Em Portugal, vocês têm de comer sardinhas, chouriço, etc.' Ficou tudo de boca aberta. 'Então?!' E ele explicou: ser macrobiótico é comer o que existe num raio de cem quilómetros. No Japão, é o arroz, as algas... aqui é comeres o que te rodeia. Não é importar arroz integral da Mongólia.
"Dizer que um vinho é grandioso, que sabe a chocolate, a cacau, avelã, mijo de gato ou o raio que o parta é absurdo! O vinho, em Portugal, serve para acompanhar o que comemos. O português típico não fica dilacerado por não ter mais do que cinco vinhos num restaurante. O vinho da casa é sempre bom. Há vinhos por três, quatro euros, muito bons. Não paramos para falar do vinho, bebemos enquanto dizemos 'ai sim, e depois!"
"Quando os homens começam a assumir-se como 'chefes' é que começa a merda. 'Chefe' era o Mussolini, é uma palavra fascista. E depois fazem uma coisa chamada 'cozinha de autor'. Autoras são as mulheres. Tentam fazer um prato como a mãe fazia. Não têm aquela mania dos machos de armarem e dizerem 'atenção, isto não é um arroz de tomate, é o arroz de tomate da Filomena não sei quê Mendes'. E põem uma anchova em cima! É a filosofia do 'não faço como deve ser, mas deito uma porcaria qualquer para estragar'. É coisa de homem: mijar nos sítios para deixar marca. 'Agora vou mijar no arroz de tomate, que é para ser meu.' Ponho também um bocadinho de sumo de framboesa e zzzzzzzzzzzzztttt, mais uma mijinha. E a hipocrisia é que alguns chefes de cozinha fazem um bacalhau com framboesa para os clientes, mas depois eles comem as pataniscas ao almoço."
Miguel Esteves Cardoso à revista Visão de hoje
"A geração da 'nutrição' é terrível! Por tradição, as pessoas não vão a um sítio comer porque é giro! O sítio bom, normalmente, é fora de mão. Fica a uns 30 quilómetros, no cu de Judas. É sujo, no meio de um descampado, mal amanhado, com um dono mal-criado. É onde se come muito bem e barato."
[fala-se então de tascos manhosos, onde convivem maridos divorciados, putas e desvalidos da vida, onde o vinho pede meças e o presunto é servido a rosnar para o cliente] "É bom sinal uma pessoa ser maltratada. É sinal de que é barato, bom e o gajo ganha pouco ou nada com o que te serve. Até agradeces."
"As coisas boas estão a desaparecer e ficam mais caras por causa de factores exteriores à comida - a decoração, a vista, o raio que o parta! Já ouvi dizer 'aí come-se mal, mas a vista é boa'. O verdadeiro português não quer saber das vistas. Interessa-lhe se as coisas são boas. E aí paga!"
"Há a mania de que a comida macrobiótica é aquela coisa das algas, da soja... Mas uma vez fui com o Pedro Ayres de Magalhães a uma conferência de um mestre japonês e ele dizia: 'Em Portugal, vocês têm de comer sardinhas, chouriço, etc.' Ficou tudo de boca aberta. 'Então?!' E ele explicou: ser macrobiótico é comer o que existe num raio de cem quilómetros. No Japão, é o arroz, as algas... aqui é comeres o que te rodeia. Não é importar arroz integral da Mongólia.
"Dizer que um vinho é grandioso, que sabe a chocolate, a cacau, avelã, mijo de gato ou o raio que o parta é absurdo! O vinho, em Portugal, serve para acompanhar o que comemos. O português típico não fica dilacerado por não ter mais do que cinco vinhos num restaurante. O vinho da casa é sempre bom. Há vinhos por três, quatro euros, muito bons. Não paramos para falar do vinho, bebemos enquanto dizemos 'ai sim, e depois!"
"Quando os homens começam a assumir-se como 'chefes' é que começa a merda. 'Chefe' era o Mussolini, é uma palavra fascista. E depois fazem uma coisa chamada 'cozinha de autor'. Autoras são as mulheres. Tentam fazer um prato como a mãe fazia. Não têm aquela mania dos machos de armarem e dizerem 'atenção, isto não é um arroz de tomate, é o arroz de tomate da Filomena não sei quê Mendes'. E põem uma anchova em cima! É a filosofia do 'não faço como deve ser, mas deito uma porcaria qualquer para estragar'. É coisa de homem: mijar nos sítios para deixar marca. 'Agora vou mijar no arroz de tomate, que é para ser meu.' Ponho também um bocadinho de sumo de framboesa e zzzzzzzzzzzzztttt, mais uma mijinha. E a hipocrisia é que alguns chefes de cozinha fazem um bacalhau com framboesa para os clientes, mas depois eles comem as pataniscas ao almoço."
Miguel Esteves Cardoso à revista Visão de hoje
Etiquetas: Gastronomia
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